Émile sofreu “traumatismo facial violento”. Ossadas movidas após morte
Autoridades dizem que ligação familiar entre a vítima e os suspeitos foi o que levou à detenção dos avós.
As autoridades francesas realizaram, uma conferência de imprensa onde deram mais pormenores sobre a morte do menino francês Émile Soleil e sobre a detenção, esta semana, dos seus avós e tios.
Uma das informações concedidas neste encontro com os jornalistas foi a de que a polícia acredita que as ossadas do menino, encontradas em março de 2023, após 9 meses de investigação, terão sido colocadas no local pouco antes de serem encontradas.
“As conclusões destas peritagens, efetuadas ao longo de vários meses, permitem agora considerar que as roupas e os ossos encontrados foram transportados e depositados pouco antes de serem descobertos”, declarou o procurador de Aix-en-Provence, Jean-Luc Blachon, referindo que se verificou que Émile sofreu “um traumatismo facial violento”.
Blachon disse que os resultados “permitem afirmar que o corpo da criança não se decompôs nas roupas encontradas na floresta” e que existe “a hipótese de o corpo não ter permanecido no mesmo local e no mesmo biótopo durante o processo de decomposição e de não ter sido enterrado”. Isto significa que pode haver terceiras pessoas envolvidas no caso.
No que respeita à detenção dos avós e tios de Émile, na passada terça-feira, as autoridades afirmaram que se trata de um procedimento natural, dado que eram as pessoas que estavam com a criança no dia do seu desaparecimento.
As acusações “não foram suficientes para uma acusação “, disse ele acrescentando que os detidos responderam a todas as perguntas que lhes foram feitas.
Blachon esclareceu que a hipótese de homicídio involuntário não foi “definitivamente excluída”.
“O homicídio, inicialmente voluntário, não exclui definitivamente a hipótese de se tratar de um homicídio involuntário. Nesta fase, é a classificação mais elevada que se mantém, porque os indícios favorecem essa hipótese, sem excluir definitivamente o homicídio involuntário”, acrescentou.
Apesar da libertação, sem acusações, o procurador refere que esta fase da investigação “ainda não está terminada definitivamente” e que no decorrer de “investigações futuras” estes poderão ser novamente chamados a prestar declarações. Porém, de momento não havia dados suficientes para avançar com uma acusação.
“Como sabem, as pessoas que foram detidas foram libertadas porque, no final do período de detenção policial, as acusações não eram suficientes para levar a uma acusação de qualquer tipo”, disse o procurador, notando que a hipótese de se ter tratado de um homicídio involuntário também não foi excluída.
Mais sossegados estão os representantes legais dos avós da criança: “É um alívio”, afirmaram.
“Talvez houvesse algumas zonas cinzentas que precisassem de ser esclarecidas, mas foi só isso”, afirmou o advogado de Philippe Vedovini, revelando o possível motivo para a detenção do seu cliente.
Émile Soleil desapareceu em julho de 2023, quando estava de férias com os avós. Ossadas pertencentes ao menino forma encontradas em março de 2024 e em fevereiro, deste ano, foi sepultado.
Os avós maternos e tios de Émile foram detidos esta terça-feira, sob suspeita de homicídio e ocultação de cadáver. Foram libertados esta manhã, sem nenhuma acusação.
Fontes: Le Parisien/Le Monde