O ex-banqueiro foi para a África do Sul onde tinha “uma amizade” que lhe permitiu essa escolha. O depoimento da mulher de João Rendeiro “não ajudou com pormenores para chegar à detenção” mas disse em tribunal que o marido “estava na África do Sul”.

De acordo com Luís Neves, diretor nacional da PJ, João Rendeiro “fez tudo e usou até meios tecnológicos que não são facilmente acessíveis a toda a gente, de forma a encriptar mensagens e não ser localizado, ou seja, fez tudo para não cumprir a pena”.
A polícia judiciária diz que “sabia onde estava João Rendeiro e seguiu o rasto até ele se instalar na África do Sul” onde o ex-banqueiro entrou no dia 18 de Setembro tendo abandonado o Reino Unido no dia 14 do mesmo mês.
João Rendeiro foi detido pela polícia sul-africana às 7h da manhã e “reagiu surpreendido porque não estava nada à espera. Não andava disfarçado mas tinha muitos cuidados e não circulava à vontade” naquele país, disse Luís Neves na conferência de imprensa. “Ele foi detido muito longe de Pretória e Joanesburgo, porém, na cidade vivia em hóteis de cinco estrelas na zona mais rica da cidade. Também andou por outros lugares para dificultar a detenção”, esclareceu o diretor da PJ.
A 10 de Novembro deste ano João Rendeiro conseguiu uma certidão de residência e diz “luís Neves que “foi um apoio pessoal naquele país que lhe permitiu esconder-se ali”.
Agora, a PJ está na fase de “acautelar a possibilidade de fuga já que “a capacidade económica” dá ao banqueiro “uma enorme mobilidade de fuga, mas tudo faremos para que a justiça seja feita”.
De acordo com Luís Neves “ainda faltam cumprir várias formalidades e, ao contrário do que foi dito, há grande possibilidade de extraditar essa pessoa”. João Rendeiro será nas próximas 48 horas “apresentado à justiça e será ou não decretada ordem de prisão. Nós tudo faremos para acautelar a fuga”.
“Se nos disserem para o irmos buscar, iremos, mas ainda não sabemos quando será dada a ordem de extradição ou o dia em que chegará a Portugal”, disse.
Luís Neves diz que João Rendeiro “fez tudo para esconder-se e inviabilizar a detenção e ganhar tempo para inviabilizar a extradição”. A fuga do ex-banqueiro foi preparada “durante vários meses” pelo próprio.