Em África, há vários países com programas destinados à protecção do elefante. Eis-nos referindo à protecção do elefante, tal como prometido em crónica anterior.
Segundo se calcula, com a constante caça ao elefante africano, furtiva ou não, no termo da última centena de anos restavam em África substancialmente menos do que 10% do total que havia no início do mesmo período.
Na África Austral, o Botswana e a Tanzânia reunem o maior número de paquidermes em África, havendo projectos em curso para a protecção do elefante na África do Sul, Namíbia, Zimbabwe e Zâmbia, assim como no Quénia na África Oriental.
Aqui mencionamos apenas algumas dessas zonas onde o elefante ‘se sente em casa’; a saber, entre outras mais: O Parque Nacional Kruger, na África do Sul; Parque Nacional Etosha, na Namíbia; Parque Nacional Hwange, no Zimbabwe; Parque Nacional de Luangwa Sul, na Zâmbia; Parque Nacional Ruaha, na Tanzânia; Parque Nacional Samburu, no Quénia, e o Parque Nacional e Delta Chobe, no Botwana, abrangendo este último uma área de aproximadamente 80.000 km 2 (cerca de 90% da superfície de Portugal Continental), onde vagueiam à sua pachorrenta e paquidérmica vontade para cima de 150.000 elefantes da savana; o que é vantajoso para o mamífero terreste com o mais longo período de gestação, que pode ir de 18 a 22 meses.
Eis algumas das diferenças entre o elefante do tipo savana e o elefante asiático – o qual ainda que em muito menor número existe em treze países: Bangladesh, Butão, Camboja, China Popular, Índia, Indonésia, Laos, Malásia, Myanmar (ex-Burma), Nepal, Sri Lanka, Tailândia e Vietname.
O elefante do tipo savana tem maior porte e peso, podendo chegar o macho às 6-7 toneladas, possuindo uma única curvatura no topo da cabeça; o elefante asiático não passa de 5-5,5 toneladas, com duas curvaturas (ou ‘domes’) separadas por um sulco, autêntico ‘risco ao meio’.
Tanto o macho como a fêmea do elefante africano possuem um par de presas de marfim, a fêmea do elefante asiático não tem presas na maioria dos casos. As orelhas trianguladas do elefante da savana são campânulas maiores e mais largas daquelas do elefante asiático; pormenor que é atribuído à necessidade do elefante africano as usar como abanos, em alturas de calor, para se refrescar e afastar insectos, ao passo que o clima na Ásia acabará por não ser tão calorento. A epiderme do elefante africano é mais rugosa daquela do elefante asiático.
À altura do seu ombro o elefante da savana mede cerca de 4 metros do solo. O asiático não passa dos 3 a 3,5 metros.
A pata dianteira do elefante da savana exibe 4 unhas, a traseira unicamente três. O elefante asiático, como o da floresta, tem 5 unhas na pata dianteira e 4 na pata traseira.
São três, como já mencionámos, os tipos de elefantes: o da savana, o da floresta (em zonas de densa cobertura florestal na África Central e Ocidental) cujo número tanto diminui que se aproxima da extinção, e o asiático, este de menor porte (como é também o da floresta), como já dissemos.
Todos vivem os seus primeiros anos em manadas matriarcais de estreitos elos sociais, passando os machos ‘adolescentes’ a pequenos grupos; o macho adulto vive isolado.
Em África a longevidade do elefante pode ir aos 65-70 anos. Na Índia, o mais ancião dos elefantes é o Vatsala de Panna, com 105 anos de idade.
Embora com certas atenuantes continua a exterminação e redução do número de paquidermes que a esta cadência, nos anos 40 deste século, pode levar ao desaparecimento do último dos elefantes no vasto palco da vida selvagem que é o do continente africano.