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Urgente! Precisam-se – elefantes e o seu habitat

‘Com este andar da carroça’ por volta da década de 2040, assevera-se hoje, a miudagem só poderá percepcionar elefantes ao visitar um Jardim Zoológico, através de imagens imprimidas ou filmadas. A desenfreada prática da caça furtiva resulta em presságios destes.

Reportamo-nos ao elefante africano. Presentemente, calcula-se haver pouco mais de 400.000 paquidermes em África. O país africano que maior número reune é o Botswana, encontrando-se ali pelo menos 60% das manadas de paquidermes em África.

A estimativa é a de que em média durante a última década tenham sido abatidos à volta de 20.000 elefantes anualmente, cerca de 55 diariamente. Nos anos 80 do século passado, porém, esse total anual fora de 70.000.

Muitos deles podem ter sido abatidos durante operações de culling (abate lícito para o controlo do número de animais selvagens numa ‘reserva de caça’; outrora assim denominada, hoje são ‘parques nacionais [ou privados] de vida selvagem’); ou seja, trata-se de operações levadas a cabo por autoridades florestais que abatem um certo número de animais, neste caso de elefantes, porque o habitat em que se propagam já não comporta mais do que um calculado limite deles, que pode ter sido
ultrapassado.

Equilíbrio esse que se tenta manter entre a fauna e a flora de qualquer zona, já que o elefante (cujo macho chega a pesar 7 toneladas), como herbívoro de maior porte que é, consome diariamente para cima de 150 quilos de capim, de toda uma variedade de frutos, folhagem e de cascas de árvores (as quais pode derrubar com simples encostãozito!).


A grande maioria de elefantes abatidos, todavia, deriva da caça furtiva. Caçadores furtivos que na busca de ricos proventos com a venda de marfim em mercados asiáticos (e não só!), assim como acontece com a sua obtenção de presas de rinocerontes, utilizam para tal helicópteros e armas automáticas. A carcassa resta à mercê de abutres, hienas, cães selvagens e outros carnívoros.

Na primeira década deste século terá havido uma perda de 60% de elefantes africanos de floresta (de menor porte), nas grandes zonas florestais da África Central e Ocidental. O total de elefantes da savana, os de maior porte, ficou reduzido numa terça parte na década de 2005-2015; mais ainda, a área geográfica em que o elefante possa contar com ‘o seu próprio habitat’ vai contraindo à medida que a pegada de populações urbanas e rurais africanas e o fenómeno da deflorestação se alastra por essa
África subsaariana fora.

Importa aqui mencionar o admirável contributo de guardas florestais na preservação de paquidermes, que correm perigo ao permanecerem, literalmente, na mira de caçadores furtivos – como recentemente foi o caso do malogrado Anton Mzimba, de 42 anos de idade; guarda florestal de uma Reserva Privada nas circanias do Parque Nacional Kruger, na África do Sul, morto a tiro ao sair de casa.

Risco de vida que também podem correr em pleno ‘tando’, como foi o caso do ranger Wilson ‘Ndlovu (cujo sobrenome ironicamente significa elefante no idioma ‘Ndebele’) – morto por um elefante no Parque Nacional Kruger durante uma patrulha matinal em bicicleta, na companhia de um colega que conseguiu pôr-se em fuga.

Haveria que reportarmo-nos ainda às admiráveis iniciativas de preservação do paquiderme a que vários dos países da África sub-saariana se entregam. Terá que ficar para uma próxima oportunidade.

No século 19, calcula-se, o total de paquidermes em África teria sido da ordem dos 3 a 5 milhões. Hoje em dia ‘sobram’ entre 13,5%-8,5% desses totais.

Esperemos bem que o presságio da extinção do elefante em África na década de 2040 se não materialize; o que resultaria certamente num mundo natural em muito empobrecido.

 

Créditos Imagem:

Charl Durand; Hu Chen; redcharlie; Christine Donaldson; Tony Litvyak; Craig Stevenson (Unsplash)

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