Ter ou não ter cabelo?

Ter ou não cabelo, não interfere em nada com o inexorável correr do tempo… faz parte.

Chegados os quarenta anos, quando não acontece antes, quem tiver cabelo, vê surgir, os primeiros tufos brancos, a alertar o dono para o implacável correr do tempo.

Disfarçar isso mão é coisa que resulte, nem a tinta remendo que se não note. O que vale a pena é aceitar o que logo se diz, que consola, mas também não resolve: “É sinal de charme e sensatez!”

Nem sempre tal é verdade, como se calcula, mas o certo é ser um sério aviso de que já gastámos uma parte importante da nossa vida, e garante a certeza de que o tempo não perdoa.

Para aqueles que por essa altura não tenham já cabelo, se inventou uma outra saída, igualmente agradável, mas duvidosa: “É dos carecas que elas gostam mais…”

Não sei se é, o que sei é que à cautela, ou acreditando no que se diz, a moda nos dias de hoje é rapar o cabelo e deixar crescer a barba, que essa é mais duradoura.

Mas o tempo não está nem para tintas nem para tretas, e vai passando paulatinamente, do negro para o branco, sempre à margem do desejo humano.

Mas ao mesmo tempo que nos dá ou tira, a côr ao cabelo, e nos põe, ou não, a careca à vista, acrescenta de facto à nossa vida perenes ensinamentos, levando-nos do sonho à realidade, da ambição à contenção, da paixão ao verdadeiro querer, do impulso à retração, da incompreensão ao perdão, do rosa ao cinzento, da pressa ao devagarinho, do acumular de amigos, apenas ao amigo, do dinheiro ao carinho, da violência à compreensão, do medo à aceitação, da vaidade à insignificância, ensinando-nos ainda que debater não é bater, e que a nossa justa liberdade, ou opinião, não podem invalidar a dos outros.

E isso acontece …com cabelo ou sem ele!

O meu pensamento sobre o assunto:
“ O tempo que se vê ao espelho…não
ficará por aí! !”