João, o estudante do primeiro ano de Engenharia Informática remeteu-se ao silêncio em tribunal. Ficou indiciado pelos crimes de terrorismo e detenção de arma proibida. A juíza decretou-lhe prisão preventiva por “fortes indícios de continuação da atividade criminosa e da perturbação da tranquilidade pública”.
Uma decisão que a defesa considerou “plausível face aos factos em discussão” mas que “irá contestar”.
O advogado que representa o jovem, Jorge Pracana, disse à saída do interrogatório aos jornalistas que iria recorrer da medida de coação, embora tivesse considerado “ajustada”.
“Pode ser revista e provavelmente terá de ser, porque eu vou requerer nesse sentido”, referiu.
Foi levado para o Hospital Prisional de Caxias
João, de 18 anos, suspeito de preparar um ataque contra os colegas na Universidade de Lisboa foi transferido para a prisão-hospital de Caxias. O jovem chegou ao Estabelecimento Prisional de Lisboa (EPL) alterado e confuso, quando foi levado para a prisão por ordem do tribunal.
O estudante deu entrada no EPL desnorteado e alterado, no início da noite de sexta-feira, dia 11. Confrontados pelo mal estar emocional do jovem, transferiram-no para o hospital-prisão de Caxias, onde estará a ser avaliado pelos médicos.
O agora arguido vai esperar pelo julgamento na prisão e foi detido na quinta-feira, dia 10, pela PJ, que disse ter impedido uma “ação terrorista” e ter apreendido várias armas proibidas.
Segundo o comunicado da PJ, foram apreendidos “vastos elementos de prova, que confirmariam as suspeitas iniciais”. Além de armas proibidas foram apreendidos outros artigos, “suscetíveis de serem usados na prática de crimes violentos” e vasta documentação, “além um plano escrito com os detalhes da ação criminal a desencadear”.
De acordo com o que se sabe, o atentado falhado na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa esteve para acontecer na segunda-feira, dia 7 de fevereiro. Porém, o jovem terá recuado e desistido, apesar de ter consigo todas as armas preparadas.
João estava a ser vigiado pela PJ 24 horas por dia e tinha na mochila garrafas de gás e gasolina, facas, catanas e uma besta.
O suspeito terá marcado então uma nova data: dia 11 de fevereiro, sexta-feira, 11, dia de exames. A PJ intercetou e deteve o jovem antes do ataque.
Segundo o que foi apurado pelas autoridades policiais, o objetivo era matar o maior número possível de colegas e professores, numa altura em que, na faculdade, estariam a ser realizados os exames de segunda fase.