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Duplo F
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“Sopram ventos de mudança…” 

Para quem a vida reserva tempo demasiado, se demasiado pode ser o tempo, é inevitável e interessante rever as mudanças, que o vento fez ao sabor das gerações, umas mais profundas que outras, e também algumas mais sensatas que tantas outras, como é normal.

No que vou dizer não há resquício de saudade, há apenas lembrança, e uma ou outra nota, que não vale mais do que isso, uma simples opinião, que só ganha valia se houver muitas iguais a ela, e mesmo assim, sem esperar grande efeito, porque os ventos de mudança sopram como no alto dos montes, impiedosos e cegos.

Vamos então, recordar para sorrir.

Houve tempo no meu tempo, em que as raparigas mal começavam a namorar, e na perspetiva dum futuro casamento, pacientemente a iniciavam o trabalho de bordar os seus lençóis, para os terem prontos na altura própria, e mais o resto do seu enxoval, ou do bragal, como também se usava dizer. Nem fazem deia, quanto tempo, e quanto de pessoal nisso punham, e quantos sonhos e quanta ternura, acompanhavam a prolongada tarefa. Pois soprados que foram os ventos de mudança, hoje ninguém já borda os seus lençóis, basta enviar aos amigos uma lista, para tudo se obter: curto, prático e eficiente!

Os princípios do próprio casamento mudaram muito; já não se espera pelo dia marcado …é no dia que calhar, e com teste de adaptação um ao outro, oque pode até ser bem útil, quando não levianamente executado.

Vale a pena também recordar, que na fase seguinte, outrora inevitável e hoje facilmente programável, as futuras mães não tinham como saber naquele tempo, se era menino ou menina que aí vinha, só no parto, e assim sendo, tinham de preparar o enxoval com peças azuis ou cor-de-rosa, e outras até de cor neutra, feitas todas elas com acrisolado amor e uma justificada ansiedade. Quem se lembra disso, e quem o agradece, pergunto?

Hoje como se pode saber por antecipação, pode também comprar-se tudo duma vez só, no mesmo Centro Comercial; que fácil, não é?

Pois é, mas é menos pessoal, menos romântico, e sem gerar o laço de amor prévio, que era comum.

No mesmo âmbito vos lembro, que era também a futura mãe que fazia as fraldas do seu bebé, e que as tinha depois de lavar todos os dias… Hoje é só tirar e deitar fora.

Que bom, caramba…

No meu tempo ia-se a pé para a escola, e quando muito de bicicleta, hoje é de carro, do papá ou da mamã, e ai que eles  cheguem atrasados; e os meninos continuam a ter pernas que requerem exercício, e até nem precisam de decorar o trajeto, o que nós julgávamos antes que até lhes faria muito bem, porque para isso, aí está o amigo GPS…

Viajar uma vez na vida já foi um sonho que nem todos puderam realizar, acreditam?

Pois soprados os ventos de mudança, hoje viajar é um regular passeio, quase obrigatório, às cidades mais conhecidas, e com fotografia garantida nas redes sociais.

O emprego por vida também já foi sagrado, a amizade à firma uma coisa natural, mas ditou o vento que tal procedimento se tornasse um erro do passado; arranjar emprego não impede deixar de procurar imediatamente outro, tendo por base não uma nova experiência, mas melhor salário.

Pergunte cada um quem tem razão…

Os Ventos de mudança, e o que fizeram, deve recorda-se, para suscitar um sorriso em quem os não os viveu, e permitir a quem o tenha feito, o exercício de os poder comparar.

Lutar contra a mudança, é ficar na Sua … mas perder a batalha|

E será sempre assim!

“Os ventos de mudança fazem o seu  

      trabalho…”   

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Créditos Imagem:

Gustavo Quepón – Unsplash Free Photos

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