Lá para o fim da vida, é gesto comum de todos nós, fazer uma revisão do caminho percorrido, mais ou menos aprofundada, com e a intenção, entre outras, de saber porque é que assim aconteceu e não de outra maneira, porque foram essas as escolhas e não foram outras?
A mais comum das respostas obtidas por essa pergunta, é invariavelmente esta: “Sei eu lá porquê…”
De facto, grandes e pequenos acontecimentos da nossa vida, acontecem por acaso, mas não ao acaso, que são coisas bem diferentes.
A começar pelo nascimento; nascemos ali, nesse exacto local, por suceder estar ali a mulher que nos deu vida, e a natureza ter entendido que era aquele o momento devido para tal acontecer; e às vezes bem longe do local de residência, até do país de origem, até no alto mar porque não…
Por que razão é aquele, e não outro, o companheiro que escolhemos para toda uma vida, quantas vezes, com 60 ou mais anos de partilha? Se bem verificarem, quase nunca ele, ou ela, pertencem à vizinhança próxima, sendo raros também os casais que se sentaram na mesma sala de aulas; namoros sim, há muitos desses, mas chegada a ocasião da decisão, o escolhido acaba sendo alguém que repentinamente conhecemos, ou fortuitamente encontrámos, e que toma a posição de vencedor, sem muitas vezes, bem sabermos porquê.
Estou em crer que o clique que assim acontece, não tem nem mais nem menos possibilidade de resultar positivo ou negativo, pois todos nós assistimos aos casos mais espantosos… e sabe-se lá porquê …
Dizia a minha avozinha, que gostava de dizer coisas acertadas, que: Guardado está o bocado…
Pois é, é mesmo assim: Quando fizer a sua revisão, já na tal recta final, vai vêr que me dá razão…
Mas aí sabe-se, isso sim, que já não há volta a dar, nem volta fosse talvez necessária.
E aqui fica o meu pensamento sobre o assunto:
“Muitas vezes acontece …sabe-se lá porquê…”