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O comendador gosta de viver e rodear-se da família

Rui Nabeiro fala da morte da irmã: “Sofreu a tal ponto que morreu aos 39 anos”

 |  Alexandra Ferreira  |  ,

O comendador Rui Nabeiro foi entrevistado este sábado, 27 de novembro, por Daniel Oliveira, no programa ‘Alta Definição’, da SIC, e entre as várias coisas que disse, a mais amarga foi falar da morte da irmã.

O dono da DELTA Cafés falou sobre a importância da família na sua vida, apesar da sua história ter sido marcada por momentos muito difíceis.

“Tive a felicidade de ter um tio, que me deixou ser homem, tinha a minha mãezinha que era trabalhadora, o meu pai que logo que pôde alugou uma casinha que servisse com um quarto para os filhos”, contou Nabeiro emocionado.

Na sua conversa, Nabeiro disse que perdeu o pai aos 17 anos e que sofreu muito por uma irmã porque nunca conseguiu superar a sua morte.

“Tive uma irmã, uma senhora extraordinária, que realmente sofreu muito, a tal ponto que aos 39/40 anos faleceu. E tudo proveniente da morte do pai, deveu-se àquela circunstância. São marcas que ficam durante muito tempo”, confessou.

Importância da família

Ao abrir o seu coração, Rui Nabeiro desabafou sobre assuntos pessoais e momentos marcantes da sua vida. “Sonhava em dar estabilidade à minha mãezinha. O filho que estava focado para a vida era eu e estava sempre disponível”, afirmou.

“Sonhava como é que havia de dar a volta a esta carência e consegui”, recordou ao falar de Campo Maior, onde nasceu, cresceu e dá emprego a muitas famílias. “Entregava todo o dinheiro que ganhava à minha mãe. Como tinha de me levantar às 4h da manhã, não tinha tempo para grandes paródias e para gastar dinheiro”, disse.

“A minha mãe era uma santa, uma pessoa extraordinária. No meu gabinete está sempre à minha frente – tenho uma fotografia. É uma questão de formação, de sermos reconhecidos. Não fui eu que fiz a eles, foi eles que me fizeram a mim”, nota, lembrando a importância que os pais tiveram na sua vida.

Rui Nabeiro está reformado mas continua a ir à empresa: “Sou como as outras pessoas, mas mantenho o trabalho. Sou um homem reformado por natureza, servi o tio, servi os pais. Estou na fábrica, se quiser sair, saio. Mas era sempre o primeiro a entrar e o último a sair”, esclarece.

Aos 90 anos, empresário gostava de “poder viver mais tempo, porque tenho amor à vida”. “A minha saudade é saúde, é a família”, afirma. Porém, não pensa na morte: “Há que haver coragem e seguir em frente. Coragem, crer e vencer. (…) Queria chegar nas condições que estou aos 100 anos. Agora se estiver doente, a sofrer e a dar trabalho prefiro ir-me embora”, confessa Nabeiro que deixa um legado: “A amizade, o respeito e o carinho. A vida passa a correr e o que desejo que aconteça é que a empresa continue a ser uma empresa familiar, forte e capaz de lutar, servindo a mim, aos meus e aos outros”.

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