Quo Vadis é uma expressão latina, outrora popular, que significa: Para onde vais? E Donna, é ,em italiano, simplesmente: Mulher. “Para onde vais mulher”, é, portanto, o meu título, e já vão saber porquê.
Resolvi fazer esta semana um exercício curioso, num popular Centro Comercial, dos muitos que agora pululam por tudo o que é sítio. Sentei-me num dos bancos disponíveis para um pequeno descanso, fixei no temporizador do relógio o tempo desejado, 15 minutos, e comecei a contar as pessoas que à minha frente passavam, para um e para o outro lado. Como resultado obtive o seguinte: Foram 128 pessoas, das quais 87 eram mulheres e 41 eram homens. Até aqui tudo normal, era o que eu esperava; mas a seguir vos digo ainda, que saias ou vestidos, só vi 14, todos os outros passantes usavam calças.
Este simples ensaio não tem valor vinculativo, mas tem a curiosidade de confirmar que, pelo menos por cá, a mulher vai definitivamente a caminho de considerar a calça como vestimenta de eleição.
Quando todos andávamos como viemos ao mundo, cada sexo foi inventando, para fugir mais dos rigores do tempo do que outra coisa, aquilo que o resguardasse, e fê-lo de forma variada, considerando naturalmente o recorte do seu corpo, e a função que iria desempenhar no seu dia a dia, juntando à peça o seu gosto, que era, claro, diferente no homem e na mulher.
Disso resultou para o homem a calça, e para a mulher, que sempre foi mais imaginativa, transitou do simples manto traçado, até à saia e ao elaborado vestido, tirando especial partido da cor e do desenho, para justo realce das curvas únicas do seu corpo. E Ela continuou inovando, enquanto o homem se contentou com as tais calças.
Tudo o resto foram abafos e adereços, também mais bem escolhidos e variados na mulher do que no seu parceiro, que se ficou pelo laço e pela gravata.
Recordo-me que a calça chegou à mulher aí pelos anos 50, e isso porque eu vivia eu numa região tropical, onde o calção era Rei; na Europa entrou no uso comum bem mais tarde, e com algumas reticências inexplicáveis em sociedades menos avançadas.
Mas, pela exuberância dos números, o resultado do meu ensaio, que vale o que vale, pode indiciar que a calça está a caminho de ser o traje preferencial da mulher.
Nada tenho contra, quem sou eu; a umas fica bem, e a outras menos, como a tudo sempre acontece.
Espero que essa decisão, a ser tomada, o seja por razão da calça ser mais prática, mais proterctora, e até mais barata do que a saia, e francamente desejo que o não seja em resultado de qualquer absurdo gesto igualitário de aproximação ao Homem, ou à sua imagem, porque, se for esse o caso, a pergunta” Quo Vadis Donna ?” inclui desde logo o meu expresso desgosto.
Digo isso, por pensar desde há muito, que a Mulher não precisa de se aproximar do homem nem da sua imagem, para lhe ser superior em quase tudo, e, portanto, merecedora, tal qual é, de ocupar qualquer posição no caminho comum da vida, bastando para tanto que tudo se meça pela capacidade pessoal, como é imperioso que seja, e sem frustrantes percentagens limitativas.
Se é a mulher que o quer, por nela se sentir bem, venha então a primazia da calça feminina, juntar-se à lista de escolha!
Mas a já agora lhe peço Donna, que não destrua os séculos de deslumbrante colorido, e de inegável beleza, com que o trajo feminino nos foi enchendo os olhos…
E aqui fica o meu pensamento para o texto de hoje:
“O valor não está nas calças…mas em quem as usa!”