É mesmo assim em tudo, se bem o pensarem, e se tiverem a coragem de o reconhecer.
Passamos a vida a querer ter coisas que depois desprezamos ou no menos prezamos, ou não usufruímos, como era esperado ou merecido que fossem.
Essa sequência de desejos que aqui aponto, é uma incurável doença humana. Hoje queremos isto, amanhã aquilo, coisas que podemos alcançar, umas, e outras que são verdadeiramente inalcançáveis, mas com as quais sonhamos a vida inteira.
O espectro daquilo que almejamos, é variável, e vai desde a companhia que escolhemos, até ao sítio em que vivemos, o local em que morenos, e nele, aquilo que temos ou gostaríamos de ter. Com isso ocupamos anos da nossa vida, acumulando pequenas vitórias, de curta duração e um número incontável de desilusões, que nada nos ensinam, pelo contrário, mais instigam a esse vício de querer, que caracteriza a nossa passagem pelas veredas do deste planeta, cada vez menos Azul, que nos coube ocupar.
Quando se obtém algo que se deseja, no âmbito humano ou puramente material, entra-se num período
de êxtase, que dura um tempo variável, mas que é quase sempre curto, para o valor que a esse algo
demos, ou que ele tem.
E o certo, é nunca tirarmos total partido, daquilo que tanto procurámos, e acabamos afinal por obter.
E quando por acaso disso dermos conta, é demais, tempo não haverá para voltar atrás; e como se sabe, as lágrimas, sendo embora líquidas, não lavam os gestos errados.
Quem tem… não usa em plenitude, pondo de lado aquilo que outros desejariam, mas não conseguirão ter, e só desse desejo terão de se alimentar…
É pena que assim seja …
Mas a história não é nova, e até garanto que durará enquanto for vivo o homem!
Aqui fica o meu pensamento sobre o assunto:
“Ter não é usar, como desejar não é ter!”