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Na Casa Real japonesa não há lugar para quem não tem sangue azul

Princesa Mako do Japão casou com o plebeu por quem deixa a família real.

 |  Alexandra Ferreira  | 

Princesa Mako do Japão casou com Kei Komuro o plebeu por quem deixou a família real. Foram quatro anos de namoro. Hoje, deu o nó.

Mako foi a princesa que desistiu do status real para se casar com um plebeu por quem se apaixonou na faculdade há 5 anos. A cerimónia foi humilde e marca formalmente a saída da princesa da família real japonesa.

O Kei Komuro e Mako casaram pelo registo, na conservatória da sua área de residência, por volta das 10 horas, horário local, de terça-feira, de acordo com a Agência da Casa Imperial, renunciando à pompa e circunstância usuais da maioria dos casamentos reais.

Mako, que fez 30 anos no fim de semana, anunciou o noivado com Komuro há quatro anos. Mas nunca aconteceu devido ao casal ser atormentado por anos de controvérsias, polémicas, desaprovação pública e frenesim dos tabloides japoneses por causa de um escândalo financeiro envolvendo a mãe de Kei Komuro.

Mako chegou a recusar o pagamento de um milhão de dólares do governo japonês, ao qual tinha direito como membro da realeza, só para acalmar a opinião pública sobre o seu namorado.

Após o casamento, o já casal, Komoro e Mako apareceram numa conferência de imprensa diante de um selecionado grupo de jornalistas. Os recém-casados ​​pediram desculpas por qualquer problema causado pelo casamento e expressaram gratidão aos que os apoiaram sempre. “Para mim, Kei é uma existência muito importante e indispensável”, disse Mako, que usou um vestido pastel e pérolas. “Até hoje, havia apenas oportunidades limitadas para eu expressar os meus sentimentos, e houve alguns mal-entendidos por causa disso”, disse. “Houve uma especulação verdadeiramente unilateral. Senti medo dessa disseminação e também fiquei triste.”

Komuro disse que a “desinformação” foi espalhada nos últimos quatro anos como se fosse verdade, mas ele agradeceu às pessoas que os ajudaram em circunstâncias difíceis.

“Eu amo Mako. Esta é uma vida vivida apenas uma vez, e gostaria de passar o resto da minha vida com a pessoa que amo em felicidade”, disse ele. “Mako e eu gostaríamos de construir uma família calorosa e agradável. Ao mesmo tempo, gostaria de fazer o melhor que posso para apoiar Mako. Tempos felizes, tempos infelizes, gostaríamos de estar juntos e seremos indispensáveis um para o outro. “

Os recém-casados ​​pretendem mudar-se para a cidade de Nova York, onde Komuro trabalha num escritório de advocacia.

Como sobrinha do imperador, Mako não estava alinhada ao trono – a lei de sucessão exclusivamente masculina do Japão impede que isso aconteça. E, de acordo com a lei japonesa, os membros femininos da casa real devem renunciar a seus títulos e deixar o palácio ao casarem com um plebeu.

Mako, que não será mais conhecida como princesa, não é a primeira mulher a deixar a família real japonesa. A última realeza a fazer isso foi sua tia, Sayako, a única filha do imperador Akihito, quando a mesma casou com o urbanista Yoshiki Kuroda em 2005.

A Casa Imperial Japonesa anunciou no seu site e redes sociais que Mako “sofreu de PTSD (distúrbios de ansiedade e stress) como resultado de uma cobertura mediática muito negativa. Agora, como cidadã anónima é livre de viver a vida de acordo com as próprias escolhas e longe dos holofotes e das fortes restrições como membro da família real japonesa. Desejamos sorte e muita felicidade ao lado do marido”, comunicaram.

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