Por vezes a cura está onde menos se espera

Um olhar especial de um menino especial. Um dia a vida do Conde mudou, a força que o fez sobreviver ao vírus depois de estar quase morto deixou-lhe sequelas com as quais tem vivido e irá viver para sempre.

O Fanfinhas é dos meus meninos especiais o mais especial. A doçura dele chega a emocionar.

O vírus levou-lhe a voz e algumas de outras faculdades mas deixou lhe o olhar mais expressivo e é com esse olhar que nos comunicamos há 9 anos porque ele não consegue ladrar.

Um dia levei-o para minha casa por causa das convulsões. Num dos dias teve convulsões quase permanentes e não paravam. Numa.hora foram cerca de oito convulsões e cada vez mais longas…

Estiva quase a tomar aquela decisão que odeio, mas os seus olhos de cada vez que os abria diziam-me “confia em mim, vou superar … “.

Quando o levei de minha casa juntei-o ao grupo mais doido que tinha no refúgio.

Primeiro tomou conta do cota e cego Zé que entretanto nos deixou, depois fez-se o pêndulo que tranquiliza e acalma este grupo e não vive sem eles, o Balboa, A Mia e a Pink , não sei qual deles lhe faz tanto bem ou se são todos, certo é que o nosso Fanfinhas já leva três anos sem uma única convulsão!

O que sei é que não posso, nem quero separar o grupo, com medo que as convulsões voltem.

Por vezes a cura está onde menos esperamos e hoje sei que faço bem ao resistir á solução mais fácil que é a eutanásia …

Por isso, obrigada Fanfinhas por seres forte e ficares connosco.