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Marcelo Rebelo de Sousa foi muito acarinhado pelos populares do Peso da Régua onde se celebra o 10 de Junho

“Por entre alegrias e tristezas, estamos a fazer Portugal”

 |  Alexandra Ferreira  |  ,

Marcelo Rebelo de Sousa discursou no Peso da Régua onde se comemora este ano o Dia de Portugal.

As celebrações oficiais do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas regressaram a Portugal, ao Peso da Régua, distrito de Vila Real, após uma comemoração junto das comunidades portuguesas na África do Sul, que começou já na segunda-feira, e juntou o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, António Costa.

Marcelo Rebelo de Sousa, a figura mais aguardada neste dia de festa, foi recebido com enormes aplausos pelos populares.

No seu trajeto até à tribuna, onde se juntou aos restantes membros, foi acenando aos visitantes das celebrações do 10 de junho.

O chefe de Estado começou o seu discurso ao país, realçando logo que “por entre alegrias e tristezas, estamos a fazer Portugal”

“Este 10 de junho é também ele muito diferente dos últimos, é celebrado em Peso da Régua, cidade do interior, que nunca foi nem capital do distrito nem cabeça de diocese. É celebrado num ano em que são todos eles, e não um como é habitual, cidades europeias do vinho, é celebrado aqui depois de o ter sido la fora nas nossas comunidades da África do Sul, que o esperavam desde os anos da pandemia”, disse.

“Neste 2023, o 10 de junho começou a 5 de junho, com os nossos compatriotas dispersos pelo mundo antes de aqui chegar a este Douro profundo, majestoso, monumental”, que, quanto a Marcelo, “faz sentido porque é o retrato do Portugal que queremos”.

“É o retrato de Portugal que queremos porque nos queremos que os ‘Pesos da Régua’ dos nossos interiores sejam tao importantes como as ‘Lisboas’, os ‘Portos’, os ‘Setúbais’, as ‘Coimbras’, os ‘Aveiros’, as ‘Vianas dos Castelos’, os ‘Faros’ desse nosso continente. E claro, os ‘Funchais, os ‘Portos Santos’, as ‘Pontas Delgadas’, as ‘Angras do Heroismo’, as ‘Hortas’, os ‘São Jorges’, as ‘Madalenas’, as ‘Santas Marias’, as ‘Graciosas’, as ‘Flores e os Corvos’. Iguais na lei, iguais na esperança do futuro”, afirmou.

Marcelo disse que o país não pode desistir de ter “mais riqueza, mais igualdade, mais coesão”, uma vez que há países mais ricos que Portugal, mas “incapazes de compreender o mundo”, até daqueles que vivem à sua volta. Só dessa forma, prosseguiu o chefe de Estado, Portugal poderá continuar a ter a sua “projeção do mundo”, o seu “desígnio nacional”.

“É a nossa vocação de sempre: fazermos pontes, sermos plataforma entre oceanos, continentes, culturas e povos. Outros há, e haverá, que são e serão mais ricos do que nós, mais coesos do que nós, mas com línguas que poucos conhecem, incapazes de compreenderem o mundo, de o tocarem e de o influenciar, mesmo aquele mundo que está mesmo à beira da sua porta”, lembrou.

O Chefe de Estado ninca esquece como a influência de Portugal no mundo, com a língua portuguesa sendo “a 5ª Língua mais falada no mundo e a segunda mais falada no hemisfério sul”, um secretário-geral da ONU reeleito, um “peso no mundo muito maior que a nossa superfície terrestre”, Marcelo questiona: “Do que nos serve termos essa influência mundial, se entre portas sempre tivemos e temos problemas por resolver? Mais pobreza do que riqueza, mais desigualdade do que igualdade, mais razões às vezes para partir do que para ficar?”.

O Presidente da República quer um Portugal “mais forte e mais justo cá dentro”. No que pode ser um recado ao ministro das Infraestruturas, João Galamba, envolto em polémica no último mês, que tantas discordâncias tem provocado, Marcelo compara a situação com o Douro. “É preciso cortarmos os ramos mortos, que atingem a árvore toda”, sublinhou.

Na cerimónia António Costa foio muito apoiado, ao contrário de João Galamba, ministro das Infraestruturas, que foi muito vaiado na chegada ao Peso da Régua para as celebrações do 10 de Junho. Acompanhado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, e pela ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato, João Galamba chegou ao local onde decorre a cerimónia militar, na Avenida do Douro, por volta das 10h35.

Mal foi anunciado pelos altifalantes, os populares presentes no local começaram a assobiar, com alguns a gritarem “ganha vergonha”, “vai embora” e outras palavras depreciativas.

 

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