O secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, afirmou esta quinta-feira, dia 7, que o Papa Francisco não vai colocar-se do lado de ninguém no caso de viajar até Kiev, capital da Ucrânia.
“O Papa não vai nunca assumir posições nem a favor de um, nem a favor de outro, como sempre fez”, afirmou o número 2 na hierarquia da Cúria Romana, após um evento no Vaticano.
De acordo com Parolin, o governo da Ucrânia já deu “amplas garantias” de que o pontífice não corre perigo, como provam as recentes visitas de líderes da União Europeia a Kiev.
“Essa viagem não é proibitiva e é possível fazer-se. Só temos de entender que consequências pode ter e avaliar bem qual seria o contributo para o fim da guerra. Ainda estamos a pensar”, declarou Parolin.
O próprio Papa revelou no último sábado (2) que considera viajar a Kiev para expressar solidariedade ao povo ucraniano. Essa hipótese só se torna possível após a Rússia ter retirado as tropas dos arredores da capital para se concentrar no Donbass, região onde ficam os territórios separatistas de Donetsk e Lugansk.
Apesar das declarações de Parolin, os discursos de Francisco desde o início da guerra têm sido claramente de apoio à Ucrânia.
O líder católico até já exibiu uma bandeira daquele país europeu durante a última audiência geral, na quarta-feira, dia6.
Além disso, Francisco já condenou o “massacre” de civis na cidade de Bucha, nos arredores de Kiev, e criticou a “impotência” da ONU para interromper o conflito na Ucrânia, país maioritariamente ortodoxo.