Não sei desde quando existe a expressão que hoje é tema desta conversa semanal, pois desde pequeno a ouço, o que me faz desconfiar que vai a caminho dos cem anos; a expressão, claro!
Suponho que será muito antiga, porque o Ser Humano, mesmo antes de ter moeda propiamente dita, já tinha por princípio, quase que até por instinto, o hábito de responder à força, com a força, e à má educação com igual impropério, aparentemente para não ficar mal.
Na verdade, pagar na mesma moeda coloca quem o faz exatamente na posição do agressor; o que nos eleva, isso sim, é fazer o contrário, é refletir antes de agir, é argumentar pela razão, não dando razão à força.
Mas não é isso que se passa, com as pessoas, com os países, e muitas vezes até isso sucede, naquele que deveria ser o mais limpo dos duelos, o Desporto, quando a derrota não se aceita com palmas para o vencedor, seja ele qual for, como de facto deveria ser. O que lá se vê é pelo contrário a raiva, que é cega, e que gera desculpas sem sentido, acusações não fundadas, declarações de guerra que não cabem no saudável princípio com que nasceu a competição desportiva.
Quando o dito popular de que estamos a falar, entra no campo dos Países e dos Povos, o assunto ganha dimensões indesejadas e impensáveis, e a História, há muito, isso nos conta.
E não há soluções simplistas, muito menos a Guerra o é. Tudo se complica e se agudiza, com a presença da morte e da tortura, que geralmente cabe aos inocentes e aos mais frágeis, o que acrescenta ao rancor… mais rancor.
E é num salto que se passa da constante ameaça, à Guerra onde o preço da tal moeda, dolorosamente, sobe. Valores e interesses se misturam, e desce a vida humana ao papel de figurante duma peça interminável. Para nosso mal, a peça ganhou nos nossos dias um palco inesperado, que escurece o correr das nossas vidas, como nunca o tinha conseguido fazer antes, em imagem, em som, e no martírio, ali mesmo à mão, no simples ecrã de um qualquer telemóvel.
Soluções?
Sabe alguém como parar o lado selvagem, que o Ser Humano tantas vezes mostra ter?
Aqui fica o meu pensamento sobre o assunto:
“Tarde ou cedo, a razão tem mais força do que toda a força que se emprega para ter razão…”