Dmytro Kazatsky, conhecido por ‘Orest’, é um soldado e fotógrafo que lutou em Mariupol, Ucrânia, pela sua pátria. É um dos prisioneiros de guerra dos russos e, só agora, deu sinal de vida.
O defensor e um dos tantos heróis de Mariupol, está vivo. O autor das fotos que correram mundo e as quais ‘Orest’ foi fazendo durante a resistência ucraniana em Azovstal, conseguiu ter direito a uma curta chamada telefónica para a sua irmã .
Ira Yurchenko, a mãe de ‘Orest’, não parou de lutar pela liberdade do filho
“Dmitry disse-me que está bem e saudável. Também me disse que está atualmente em Donetsk. Não disse muito mais porque tinha um investigador militar perto dele”, afirmou a irmã de Dmytro.
“Ele teve permissão para ligar”, disse ainda.
O grande problema dos familiares dos prisioneiros do Azovstal é ninguém ter ideia de onde estão detidos e em que condições.
Mulheres, mãe, namoradas ou vice versa fazem manifestações desde Maio, altura em que mais de 2500 soldados se entregaram aos russos no Azovstal e foram levados não se sabe bem para que locais.
Para tornar situação ainda mais dramática, os russos planeiam realizar um julgamento do tipo espetáculo com os defensores capturados de Azovstal, na ocupada Mariupool, com eles enfiados em jaulas medievais que estão a ser instaladas num palco.
Os prisioneiros do batalhão Azov resistiram aos russos em Mariupol e estão protegidos pelos acordos de Genebra. Os russos não pensam assim…
Ainda hoje, dia 19, mães, mulheres e familiares saíram às ruas para tentarem evitar este julgamento em Mariupol.
O anúncio foi feito a 19 de agosto pela Diretoria Principal de Inteligência (MID) do Ministério da Defesa da Ucrânia.
“No Dia da Independência da Ucrânia [Ago. 24], os ocupantes planeiam realizar um julgamento simulado dos defensores capturados de Azovstal em Mariupol temporariamente ocupada. Para o efeito, as instalações remanescentes da Filarmónica da Câmara Mariupol estão a ser urgentemente remodeladas. No palco da sala da filarmónica estão a ser instaladas jaulas de ferro, nas quais serão mantidos os defensores ucranianos. Além disso, várias novas estruturas temporárias estão a ser construídas ao lado das instalações”, relata a inteligência.
Além disso, de acordo com a inteligência ucraniana, os russos estão a preparar “testemunhas” especialmente treinadas e trazem representantes dos media de propaganda russa.
O líder da chamada República Popular de Donetsk (DPR), Denis Pushilin, disse que o primeiro “tribunal” dos militares ucranianos em Mariupol seria organizado até o final do verão.
Mais de 2.000 defensores da siderúrgica Azovstal deixaram o local e foram para o cativeiro russo em meados de maio. Depois de um cerco de quase três meses de Mariupol. As famílias ainda não sabem quando – ou se – eles podem voltar para casa.
Desde então, a Rússia é acusada de organizar o assassinato em massa de prisioneiros ucranianos – incluindo defensores de Azovstal – numa prisão em Olenivka, região de Donetsk, a 29 de julho. Pelo menos 50 prisioneiros morreram.
É amplamente considerado que a Rússia encenou a atrocidade para culpar e desacreditar as forças armadas ucranianas, evitar serem visitados pela Cruz Vermelha e prejudicar o fornecimento de armas eficazes à Ucrânia.
O Ministério da Defesa da Rússia afirmou que os militares ucranianos atingiram a prisão com mísseis HIMARS.
No entanto, de acordo com o Procurador-Geral da Ucrânia, a causa da explosão no edifício foi uma arma termo bárica e não um míssil.