Na cidade de BORODYANKA Guterres imaginou-se no centro da ação e o que viu não foi nada agradável…
“Ao olhar para estes prédios destruídos, devo dizer o que sinto. Imagino a minha família num desses apartamentos agora destruídos e negros. Vejo as minhas netas a correr em pânico e parte da família morta”, revelou dando azo à imaginação.
Depois desceu à realidade: “A guerra é um absurdo no século 21. A guerra é má. E quando se assiste a estas situações, o nosso coração, fica logo do lado das vítimas. As nossas condolências às suas famílias”, diz, sublinhando de novo que “não há como uma guerra ser aceitável no século 21. Olhem só para isto”, reclamou olhando prédios e a devastação de Borodyanca.
A visita também passou por BUCHA, pela Igreja de Santo André, o Primeiro Chamado de Todos os Santos, onde se encontrava uma enorme vala comum.
Neste local, António Guterres fez questão de falar sobre justiça.
“Quando nos deparamos com este horror, sinto que é importante haver uma investigação completa onde se apurem responsabilidades”, disse.
O português congratulou-se “pelo Tribunal Penal Internacional ter tomado conhecimento da situação e que a Procuradoria já aqui esteve” e refere que apoia “inteiramente o Tribunal Penal Internacional e apelo à Federação Russa para que aceite cooperar com o Tribunal Penal Internacional.”
Guterres voltou à carga e ao seu papel de pacificador esclarecendo todos.
“Quando falamos de crimes de guerra, não podemos esquecer que o pior dos crimes é a própria guerra.”
A terceira cidade, que fica a 200 quilómetros de Kiev, IRPIN, o secretário-geral da ONU visitou o complexo residencial Irpinsky Lipki totalmente destruído. Mais uma vez, falou aos jornalistas.
“Este cenário horrível demonstra algo que infelizmente é sempre verdade: os civis pagam sempre o preço mais alto”, afirmou sensibilizado.
“Civis inocentes viviam nestes prédios. Eles pagaram o preço mais alto por uma guerra para a qual não contribuíram. E isso é algo que todos devem lembrar-se, em qualquer lugar do mundo.”
Guterres termina a lembrar as populações porque no fundo, é esse o seu trabalho na ONU, preocupar-se com os civis e as populações.
“Onde quer que haja uma guerra, o preço mais alto é pago pelos civis.” – concluiu.