As louras cabeleiras das mulheres a partir dos quarenta anos não chocam ninguém, mas já o cabelo preto em homens acima dos cinquenta dá que pensar, chegando a chocar pelo preconceito social e pela conceção estética, revelando por outro lado uma má relação com o envelhecimento, como se fosse possível apresentar uma face enrugada pela idade encimada por uma pilosidade azeviche.
Ao homem exige-se que a genética seja patenteada no charme dos cabelos brancos ou grisalhos, enquanto às mulheres chega até parecer mal que exibam a branca raiz capilar, salvo àquelas que exibem o seu grisalho com a naturalidade de quem encara o processo sem veleidades da eterna juventude.
A idade refletida no cabelo tem diferentes observações em razão do género. E também traz à memória um anúncio dos anos setenta, do restaurador Olex, que assim dizia “Um preto de cabeleira loira ou um branco de carapinha não é natural. O que é natural e fica bem é cada um usar o cabelo com que nasceu”.
O pior nos homens é quando a tinta escorre têmporas abaixo e nas mulheres quando as brancas se sobrepõem à pintura. Melhor, portanto, evitar o ridículo cuidando o que é para tratar, deixando que o grande escultor que é o tempo não seja severo com a aparência dos entrados na idade dos “entas”.