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Ivo Lucas, o malogrado namorado da filha da Tony Carreira, chorou durante o depoimento

Oito viaturas passaram sem bater pelo acidente de Sara Carreira

 |  Alexandra Ferreira  | 

Pelo menos oito veículos passaram pelo acidente que vitimou Sara Carreira, na Autoestrada 1 (A1), entre a primeira colisão e o embate do carro onde seguia a cantora, sem causar ou sofrer quaisquer danos revelou a GNR em tribunal.

“Pelo menos oito viaturas passaram no local do acidente, sem ocorrências, mas poderão ter sido mais porque faltam cerca de três minutos do vídeo de vigilância” disse ao Tribunal de Santarém o militar da GNR que elaborou o relatório final da investigação ao acidente que vitimou Sara Carreira.

Durante a primeira sessão do julgamento, o militar mostrou ao tribunal imagens do acidente ocorrido no dia 5 de dezembro de 2020, pedidas ao Centro de Controlo Operacional da Brisa e usadas na investigação em que a GNR concluiu que Paulo Neves circulava a uma velocidade entre os 28,04 e 32,28 quilómetros/hora, inferior à mínima permitida por lei (50 Km/h), e depois de ter ingerido bebidas alcoólicas.

O depoimento do militar contrariou as declarações prestadas por este arguido, durante a manhã, quando disse ao tribunal que circulava a uma velocidade entre os 70 e os 80 quilómetros.

O relatório apresentado pelo militar confirmou as velocidades atribuídas a cada condutor na acusação (a fadista Cristina Branco menos de 120 Km/h, o namorado de Sara Carreira, Ivo Lucas, entre 131,18 e 139,01 Km/h e Tiago Pacheco entre 146,35 e 155,08 Km/h).

Esse relatório fundamentou ainda a convicção do militar de que possa ter havido “distração” por parte dos três primeiros envolvidos e “irresponsabilidade” por parte do último arguido, que “não reduziu a velocidade” ao atravessar entre os carros acidentados, acabando por embater na viatura conduzida por Ivo Lucas.

A defesa de Paulo Neves, que é acusado de conduzir a 30 km/h e sob influência de álcool, chamou Fábio Montez, da Direcção de Investigação Criminal da GNR, para o questionar sobre a fiabilidade da informação sobre a velocidade a que os veículos circulavam.

Este perito garantiu que “a qualidade das imagens” registadas na gravação da Brisa “é fraca”, “devido ao sistema de gravação” e que, por isso, as filmagens dos momentos antes do acidente em cadeia ficaram “queimadas”. Depois, explicou como determinou a velocidade dos veículos envolvidos no choque. “Determinei um ponto e, a partir desse ponto, retirei 4 segundos a todos os veículos, quando tirei os 4 segundos é que consegui perceber a velocidade dos veículos”.

OS PRIMEIROS A CHEGAR…

Na primeira sessão foram ainda ouvidos um militar da primeira patrulha a chegar ao local do acidente e duas testemunhas que prestaram assistência aos sinistrados, antes da chegada das equipas de socorro.

Entre elas um antigo bombeiro e a companheira, que recolheu Ivo Lucas no seu carro, depois de o encontrar a atravessar a A1, sem t-shirt e com uma fratura no pulso.

“Ele estava muito confuso, falava de alguém que faleceu há pouco tempo e perguntava pela namorada”, disse, acrescentando que o namorado de Sara Carreira não revelou a identidade da vítima mortal, dizendo tratar-se de “uma pessoa muito conhecida e conceituada”.

IVO LUCAS CHORA AO LEMBRAR…

O depoimento de Ivo Lucas foi marcado por uma enorme emoção: “Estava a olhar para a frente, para a estrada… e o que aconteceu foi inesperado”

Ivo Lucas chorou ao recordar os factos em tribunal: “Antes do acidente eu disse à Sara que a amava e ela disse o mesmo”.

Ivo Lucas responde por homicídio por negligência na forma grosseira

O ator e cantor também protagonizou um momento de tensão com a advogada de Cristina Branco, Carmo Afonso, após uma insinuação desta última.

No seu depoimento, o cantor, que namorava com a malograda cantora, afirmou que, pouco antes da colisão fatal, havia feito uma declaração: “Eu dirijo-me à Sara porque eu estava a fazer uma personagem e disse-lhe, era a nossa forma de falar, eu digo que a amo muito e que tenho muita sorte de a ter na minha vida. E ela diz-me ‘e eu a ti'”, revelou Ivo que diz logo de seguida, ela ter gritado “Cuidado”! e que ele vê um vulto, não se lembrando de mais nada.

“Não íamos com pressa de chegar”, esta foi uma das poucas certezas que o ator Ivo Lucas deu ao tribunal, sublinhando que não se recordava se ia, ou não, acima dos 120 quilómetros por hora.

O Ministério Público afirma que o namorado de Sara Carreira circulava a 130 km/hora na faixa central da A1 e não conseguiu desviar-se do carro de Cristina Branco, que antes tinha colidido com o de Paulo Neves.

O arguido revelou ainda que também não se recordava em que via o carro estava a transitar, mas garantiu que, antes do acidente, tinha avisado um casal de amigos, com quem iam passar o fim de semana, em Salvaterra de Magos, que se iam atrasar.

Lucas também disse não se recordar porque embateu contra o veículo de Cristina Branco. “Foi tudo muito rápido e as minhas memórias são flaches”, justificou.

Posteriormente, Carmo Afonso interpelou o ator questionando-o: “Estavam a ter uma conversa amorosa e bonita. O Ivo não vinha distraído?”

Ivo Lucas não gostou desta intervenção e celeremente explicou: “Com o devido respeito, eu e a Sara sempre fomos muito apaixonados, e eu perco a conta das viagens que fizemos juntos comigo ao volante! Isso não é a meu ver, relevante para algo que tenha acontecido. Nós vínhamos a ter uma conversa normal.”

CRISTINA BRANCO CARRO NãO ESTAVA VISíVEL

O veículo de Cristina Branco “não estava vísivel”, mas oito carros passaram por ele antes do acidente

Cristina Branco, que também foi acusada de homicídio negligente, após ter colidido com o carro de Paulo Neves, contrariou novamente a posição do Ministério Público de que a fadista deveria ter colocado o triângulo de sinalização do acidente. Não o fez, explica, porque estava “confusa e em estado de choque” e porque “estavam carros a circular”, entre os quais recorda a passagem de um camião.

O facto de não ter existido este tipo de sinalização já tinha levado a defesa de Ivo Lucas a atribuir à fadista as culpas do acidente, porque o veículo desta “não estava visível, e não havia qualquer sinalização de que existia um objeto imóvel na estrada”.

No entanto, em tribunal, o militar da GNR que elaborou o relatório final da investigação ao acidente disse que pelo menos oito viaturas passaram pelos carros de Cristina Branco e de Paulo Neves antes de o veículo onde iam Ivo Lucas e Sara Carreira ter colidido com o da fadista.

 

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