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Duplo F
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O Mundo precisa de Rir

É inquestionável que rir é saudável, e parece-me que o Mundo precisa, mais do que nunca, de rir.

O mundo físico, aquele em que por enquanto habitamos, lá vai sorrindo com o ouro do seu sol, o assobio do seu vento, e o correr dos seus ribeiros, chorando de vez em quando, como também é salutar, com lágrimas de chuva, com raiva por vezes, por outras tão escassamente, que não chega para cumprir o seu dever de fazer sorrir de alívio.

Mas o mundo Humano, esse, tem ultimamente rido pouco, por ser pouco aquilo de que pode rir-se, a não ser com os disparates de quem nele vive, e não vê soluções a prazo, mas repetidos remendos urgentes, que deixam de novo para depois, o que devia ter sido feito antes; e com surpresa, esse mesmo mundo, entretêm-se a promover como importante a fantasia e até o ridículo, em gestos e altos gritos.

Quando novo, e naturalmente cheio de esperança, pensei que na notícia estava a solução, para o homem poder chorar e rir. O percorrer dos últimos anos, e não serão se calhar assim tão poucos, disse-me que não, que não será por aí.

Descobri que fazer rir é difícil e requer capacidades pessoais invulgares e nem sequer requer palavras; fazer rir de verdade, é um ato espontâneo, e não forçado, e quem faz rir até nem necessita dizer nada, bastando somente saber usar as suas pausas, e os gestos de si próprio; há poucos dias partiu um desses “atores” do riso, o Jô Soares, e tive a felicidade de conviver com outros dois de enorme dimensão, que se chamavam António Sila e Vasco Santana, e deles me não posso esquecer; e quando deles me recordo, invariavelmente rio; e nem escreveram.

Outra coisa que aprendi foi que quanto à notícia , cada vez mais o crime bate o riso; a desgraça e o enredo sórdido, ganham em procura, ao que é saudável ou caricato, e sobrepõem-se até ao que de bom e de bem acontece na vida.

E na avidez dos tempos de hoje, aproveita-se isso de forma exuberante e repetitiva, exaustivamente mesmo, deixando as pessoas sem rir. E a sociedade perde, e o Homem afunda-se numa angústia acrescentada, cinzenta, apavorante e até mórbida.

Com o tempo e como em tudo, uns perdem o pouco que lhes devia caber , e outros ganham o muito que
procuram.

E este é o meu pensamento da semana:

“Entre o riso e o choro, se faz a vida. Muitas vezes por querer, outras sem alternativa.”

Créditos Imagem:

@Unsplash

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