O inevitável é apenas isso: aquilo que não se pode evitar…
E na vida de todos nós, o inevitável está sempre presente.
A começar pelo nascimento, retiro-me ao nosso, claro, para o qual não contribuímos com nada, e nem para tal fomos ouvidos.
E depois do nascer, aí está outro inevitável: crescer, e com ele, o não dispensável aprender a viver.
E no viver está o errar, que é inevitavelmente humano, como sabem.
Como inevitável é também, estar doente, e por força disso, conhecer a dor e o sofrimento; e em contrapartida, adquirir com a doença, a capacidade de avaliar adequadamente, quanto vale a saúde e o bem-estar.
Com o crescimento que acima referimos, vem outra inevitabilidade, que é ficar, tarde ou cedo, enamorado; e por muito que se queira fugir a essa obrigatoriedade, a alargada panóplia de coisas dignas de serem amadas é tão vasta, que ninguém realmente escapa à paixão; e gosta, e repete, até à primeira e inevitável desilusão, com a qual aprende …ou não.
O que aprende, isso sim, é que a dádiva materna do imprescindível colostro, e do leitinho gostoso e gratuito dado à hora certa, não volta a repetir-se na vida; e tal acontece, porque para comer, o que é também inevitável, terá o próprio de fazer por isso, e infalivelmente trabalhar, muitas vezes naquilo que não gosta de fazer, e nunca pelo salário projectado, mas sim por apele que lhe fôr proposto…
Igualmente inevitável é o sonho; sonho que durante o sono não controlamos, mas que, quando acordados, é a indiscutível bússola da nossa caminhada.
Infalível é também chorar, não apenas porque as lágrimas são um indispensável lubrificante dos olhos, mas porque só chorando se pode aquilatar quanto é bom sorrir, mesmo com lágrimas…
Pensar, é igualmente inevitável, principalmente antes de atuar, o que nem todos nós fazemos.
Mas a mais temida das inevitabilidades, é a certeza de um dia teremos de partir, para deixarmos livre o lugar a quem chega, como é justo e necessário.
Até lá, os tais inevitáveis e algumas, mas poucas, escolhas nossas, completam o claro-escuro da nossa vida, que é uma experiência irrepetível!
Aqui fica o meu pensamento sobre o assunto:
“Seria evitável falar sobre o inevitável, mas é sempre interessante fazê-lo… “