Houve tempo em que o distintivo na lapela fazia parte obrigatória do traje masculino.
Por essa altura, ainda os fatos eram feitos, não por medida, mas sim à medida exata do freguês, e caíam no próprio como uma luva. Depois de escolhida a fazenda e, decidido se o casaco era Paletó ou Jaquetão, vinham as provas e, com elas, o cose e descose, mais por brio do Mestre Alfaiate do que por desejo do cliente. Só depois das bandas bem ajustadas, a caírem sem rugas, é que era aberta, no rebuço, que mais se conhecia por lapela, e do seu lado esquerdo, a casa para o distintivo.
Todo o mundo usava na lapela, e ainda hoje há quem o não dispense, um emblema do Clube do seu coração, da Sociedade Recreativa a que pertence, da entidade humanitária de que é voluntário, da firma onde trabalha, se ela o tiver, do Partido da sua eleição, da Religião que professa, de Grupos internacionais prestigiados, como o Lyon ou o Rotary ,e da cidade ou do País em que nasceu, numa lista infindável e imaginativa de distintivos que revelam, todos, uma afeição pessoal.
Também é certo, que há quem entenda nada usar na casa da lapela que o casaco oferece, tanto o do mestre Alfaiate como o do pronto a vestir; isso poderá acontecer, por uma questão de puro gosto, por indiferença ou esquecimento ou por outra qualquer razão, sempre ligada, naturalmente, à liberdade de escolha.
Mas o que quero lembrar, neste tão simples tema, e isso será o mais importante, é que um distintivo na lapela, é sempre um sinal de apreço, muitas vezes de paixão, mas sempre indicador de união, de agrupamento, seguramente de distinção e de orgulho e sendo assim, não deve nunca, mas nunca, dar motivo a desavenças ou guerrilhas gratuitas.
E, bem pelo contrário, respeitar um distintivo que não seja o nosso, aplaudi-lo até, quando adequado for, ou realçar os méritos que ele tenha, é precisamente engrandecer o Nosso, aquele que usamos com tanto gosto, na casa da lapela do casaco que vestimos.
Não tenho disso qualquer dúvida!
Mas… dizia a minha avozinha, que “Bem prega Frei Tomás!”
Acrescento o meu pensamento;
“Distinguir, é respeitar…”