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MARISA TEIXEIRA
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O dia a dia de um protetor de animais não é nada fácil

A vida de quem gosta e protege os animais que outros abandonam não é nada fácil.

Somos sempre as primeiras a ser criticadas. As pessoas exigem de nós, associações de animais, aquilo que não estão dispostas a fazer e o que as entidades competentes não fazem!

Grande parte das pessoas até pensa quenós ajudamos e salvamos animais da morte certa ou do abandono porque assim vivemos à conta dos mesmos. Não percebem que por trás de uma chamada telefónica está alguém em fase de exaustão, que luta diariamente por manter a sanidade mental, que já não tem onde colocar mais animais, nem os meios financeiros para tratar de todos.

Certo é que no momento em que certas pessoas pedem ajuda, só se querem descartar do que acha que é o seu problema sem o minimo respeito pelo seu animal. E ainda por cima quase a exigirem que sejamos nós a resolver-lhe o problema.

Não é só isso. Quantas e quantas chamadas de pessoas que se deparam com animais e ligam de imediato para de imediato se livrarem da responsabilidade. Eu sei, os veterinários são caros e ter um animal que apenas estão a tentar salvar, não é fácil. Mas agora pensem esse telefonema multiplicado por outros tantos diários sobre idênticos problemas.

Ninguém é de ferro ou aço. Eu não sou. Mas não posso criar ainda mais problemas quando não há espaço nem dinheiro para depois os tratar com dignidade. É para isso que devem servir os canis municipais. As associações estão sobrelotadas. Há cada vez mais gente a tentar livrar-se dos seus animais devido a más situações económicas ou mesmo perda de habitação.

Na verdade, quando as pessoas perdem poder de compra, os primeiros a pagar e a meter de fora do orçamento são os animais. Não são todos assim, graças a uma maior responsabilização pela vida que têm entre mãos.

Agora imaginem como uma protectora de animais leva o seu dia: além das tarefas de alimentar, cuidar e limpar, ainda temos de atender telefonemas atrás de telefonemas com pessoas a quererem descartar-se do seu animal.

Para conseguirmos levar o nosso dia a dia não temos só que ser fortes, temos que ser uma verdadeira fortaleza. A nossa cabeça fica a mil quando temos por impossibilidade de espaço, de recusar ajuda pois para além dessa pressão ainda temos depois de lidar com a pressão mais difícil: tentar lidar com a crueldade que é cometida contra estes pobres seres de quatro patas…

“O MEU FOCO SÃO OS ANIMAIS”

Sei que tenho um pé no paraíso e outro no inferno. Não é fácil mantermo-nos firmes e lúcidas nestes dia a dia loucos que levo … Tomei a decisão de nunca deixar que nada (família, relações ou a minha própria vontade de voltar á minha vida) me fizesse desviar do meu objetivo e daquilo porque luto diariamente, o meu único foco são eles, os animais, e só assim consigo passar imune por tanto que vejo, leio e ouço.

Se tenho de ser forte??? Ser só forte não chega. tenho que ser um super herói sem capa, aquela que protege os fortes. Se tem dias que me arrependo? De estar aqui nunca, de ter feito algumas coisas como fiz sim … mas enquanto conseguir manter os meus animais bem e saudáveis tudo vale a pena. Quando achar que não o vou conseguir tenho que ter o discernimento de pedir a alguém que me substitua, nunca os prejudicar a eles é e sempre será o meu objetivo … o desgaste é cada vez maior a falta de meios para tratar os que tenho.

Já comigo está pior que nunca, o que se estraga já não se consegue arranjar e torna mais dificil manter a segurança do espaço e o telefone toca 10 a 15 vezes por dia e sempre com pedidos de ajuda nunca com ofertas para ajudar.  NÃO TER AINDA ENLOUQUECIDO JÁ É UMA VITÓRIA…arranjar uma solução é urgente!

FAÇA UM FAVOR A SI PRÓPRIO, NUNCA ABANDONE O SEU ANIMAL. É O MESMO QUE ABANDONAR UMA CRIANÇA. ARRANJE SOLUÇÕES MAIS INTEGRANTES. NÂO O DEIXE DE FORA DA FAMILIA.

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DR

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