Nova pista sobre desaparecimento de Jimmy Hoffa.

A interminável busca por Jimmy Hoffa, – o sindicalista que tinha ligações com a máfia e que nos anos 50 era mais famoso que Elvis Presley, – leva o FBI ao aterro sanitário de Jersey City.

Não foi ao acaso que o FBI visitou o aterro sanitário, na verdade, foram atrás de uma pista recolhida no leito de morte de um homem que disse ter enterrado o corpo do chefe do camionistas num tambor de aço o que levou agentes ao local para uma inspeção.

A história vem contada no jornal The New York Times, por um jornalista criminal, mas convém saber um pouco sobre quem era este homem tão poderoso quanto temido.

Entre 1957 e 1971, Jimmy Hoffa foi presidente da Irmandade Internacional de Camionistas, a chamada Teamster. Para se ter uma ideia do seu poder, o seu sindicato tinha mais de 2 milhões de trabalhadores filiados. Além do mais, ele tinha uma enorme influência política, o que fez com que muitos tentassem “se aproximar” dele, tal como fez a Família Bufalino — um grupo de mafiosos que controlava jogos, tráfico de drogas e esquemas de extorsão no Estado da Pensilvânia.

Porém, tudo mudou em julho de 1975, tinha ele 62 anos. Desapareceu da face da terra… O último registro público que se tem de Jimmy Hoffa remete ao estacionamento de um restaurante em Detroit, onde seu carro estava estacionado.

Familiares de Hoffa ofereceram 200 mil dólares para quem tivesse qualquer tipo de informação. O ponto final no caso foi colocado em 1982, quando Jimmy foi declarado oficialmente morto, embora o corpo nunca tenha sido encontrado.

Agora, uma nova investigação do FBI centrada no local de um antigo aterro sanitário em Jersey City vem abrir uma nova esperança neste caso. Um trabalhador, no leito de morte, disse que enterrou o corpo de Jimmy Hoffa num tambor de aço.

No final de Outubro o FBI com um mandado de busca e apreensão foi a Jersey City, a um lote de terra e cascalho para realizar uma “investigação local”, de acordo com a polícia de Detroit, que conduziu a investigação sobre o desaparecimento de Hoffa em 1975. O tambor de aço está enterrado a cerca de 15 pés abaixo da terra. “O FBI dos escritórios de Newark e Detroit completou a investigação e os dados estão a ser analisados”, disse a agente especial Mara R. Schneider, porta-voz do FBI, dia 18, quinta-feira.

A declaração formal não mencionou Jimmy Hoffa pelo nome e não elaborou um cronograma para qualquer potencial escavação no local.

A nova investigação segue várias buscas fracassadas pelo corpo de Hoffa ao longo dos anos. Em Michigan, onde Hoffa foi visto pela última vez do lado de fora de um restaurante, ao corpo de policia com retroescavadoras vasculharam vários locais, incluindo uma herdade, uma garagem e por baixo de uma piscina.

Um especialista no caso Hoffa, Dan Moldea, jornalista que está a ajudar o FBI neste caso, escreveu já escrevia sobre o chefe do Teamster antes de seu desaparecimento, disse que as novas pistas foram muito significativas.

“Este caso tem de ser resolvido. Uma pessoa muito importante desapareceu de um lugar público há 46 anos e nunca mais foi vista”, disse Moldea na quinta-feira.

A nova pista é reforçada por registos que mostram que o FBI recebeu informações já em 1975, imediatamente após seu desaparecimento, de que Hoffa foi enterrado num aterro sanitário em Jersey City. Os agentes procuraram e, não encontraram nada, descartando as dicas.

“Eles não tinham ideia de por onde começar a procurar”, disse Moldea. A história de como o FBI soube da nova localização começa no verão em 1975. Um adolescente chamado Frank Cappola trabalhava no antigo PJP Landfill perto do Skyway com seu pai, Paul Cappola Sr.

“Enquanto eu conversava com meu pai, uma limusine preta entrou no nosso estacionamento enlameado”, lembrou Frank Cappola muitos anos depois, em 2019, aos 62 anos, numa declaração sob juramento perante um juiz. O pai voltou-se para um sócio do aterro e disse: “Eles estão aqui”.

O menino observou à distância enquanto os homens se aproximavam do veículo, onde falavam com os visitantes e pareciam apontar para um canto remoto do aterro. Mais tarde este menino soube o que estavam a planear.

Naquele verão de 1975, Jimmy Hoffa deixou de existir à face da terra. Hoffa cumpriu pena da prisão depois de ser condenado por adulteração de um júri em 1964, e as tentativas de retornar à presidência sindical não foram bem-vindas.

Ao mesmo tempo, uma amizade de longa data com o chefe da máfia de Nova Jersey, Anthony Provenzano – “Tony Pro” – azedou muito. Homens que conheciam os dois reconhecem que todos murmuravam que os dias de Hoffa estavam contados.

A 30 de julho de 1975, Jimmy Hoffa estava em Bloomfield Township, Michigan, para uma reunião onde iria tratar dessa mesma situação. Deveria sentar-se à mesa com Provenzano e outro mafioso no Machus Red Fox, num popular restaurante. Quando Hoffa chegou, os outros dois homens não estavam lá. E desde aí ninguém mais soube de Jimmy Hoffa. Desapareceu .

O FBI vasculhou os recibos do cartão de crédito do restaurante para rastrear possíveis testemunhas daquele dia. Alguns disseram que viram o Hoffa naquela tarde na frente, onde ele entrou para o banco de trás de um carro que foi embora.

Os agentes interrogaram líderes sindicais e chefes da Máfia e capangas, levando dezenas deles para o júri.

Um possível resultado do desaparecimento de Hoffa surgiu entre muitos, com o destino aparentemente improvável a centenas de quilômetros de distância – um aterro sanitário de Nova Jersey. O aterro sanitário de 87 acres pertencia em parte a um homem chamado Phil Moscato e era comumente referido como “a lixeira do irmão Moscato”.

O FBI contatou-o em 2020 e visitou o local com uma equipe da Fox Nation, um braço de streaming da Fox News, e equipamento de radar de penetração no solo, em novembro de 2020. O radar detetou formas que se assemelhavam a barris.

No final de outubro deste ano, os trabalhadores receberam ordens para retirarem os barris do chão, disse Isaac Suarez, um funcionário, na semana passada. Ele viu os investigadores chegarem.

“O FBI scaneou o chão e encontraram barris”, disse Suarez no local, acrescentando que a localização fazia sentido. “Se alguém quisesse esconder um corpo, não o colocaria à vista de todos não é?”