Esta era a frase que uma mulher escreveu num cartaz que empunhou frente à Catedral de Cristo Salvador em Moscovo. Foi imediatamente detida.
A sua publicação diz: “Não matarás. Diz o Sexto Mandamento”.
Mesmo sabendo que podem ir presos até 15 anos, o povo russo continua a manifestar-se como consegue e o acaso lhe permite. Nem que seja só por um minuto, vale sempre a pena.
Os protestos continuam um pouco por toda a Rússia, em particular nos grandes centros cosmopolitas como Moscovo e São Petersburg. Jovens, pessoas de meia-idade e até reformados, saem às ruas para se manifestarem contra um conflito militar ordenado pelo seu presidente – uma decisão na qual, segundo eles, não decidiram.
Uns mais rebeldes, outros mais bem humorados, outros mais comedidos, mas quase todos dando voz à vontade de acabar com uma guerra que não é desejada por ninguém.
Só que as autoridades russas pretendem acabar com qualquer dissidência pública contra o ataque à Ucrânia. A polícia reprime as manifestações quase tão rapidamente quanto surgem, arrastando alguns manifestantes para as carrinhas de choque, agredindo outros, assustando e caçando até crianças.
O número total de manifestantes detidos sobe diariamente desde o início da invasão.
Membros da elite intelectual da Rússia – académicos, escritores, jornalistas e outros – fizeram apelos públicos a condenar a guerra, até uma “carta aberta” a Putin assinada por 1200 estudantes, professores e funcionários da Universidade MGIMO, o prestigiado Instituto Estatal de Relações Internacionais de Moscovo, ligado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, de onde sai a maior parte dos membros do governo da Rússia e da elite do serviço externo.
Os signatários proclamam que são “categoricamente contra as ações militares da Federação Russa na Ucrânia.”
A maior parte dos russos não fazem a miníma ideia do quier está a acontecer na Ucrânia.
A televisão controlada pelo Estado quase não mostra relatos de bombardeamentos russos em Kiev e outras cidades ucranianas.