Suspeito de atropelamento é médico saudita. Quatro mulheres com idades entre 45 e 75 anos e uma criança de 9 anos morreram. Duzentos feridos, 45 em estado grave.
A cidade alemã de Magdeburg está desde sexta-feira, dia 20, de luto, após uma noite marcada pelo pânico e pela tragédia, devido a um alegado ataque levado a cabo num mercado de Natal. Pelo menos cinco pessoas morreram e mais de 60 ficaram feridas, depois de um homem conduzir um carro a alta velocidade contra uma multidão.
Pelo caminho ficaram mortos, 15 feridos graves, 37 moderados e 16 ligeiros. As equipas de resgate indicaram na altura que existem entre 60 a 80 pessoas feridas no ataque.
O primeiro-ministro da Saxônia-Anhalt, Reiner Haseloff, reagiu imediatamente ao ataque e falou em pelo menos dois mortos, incluindo uma criança. Vincou que se trata de “um acontecimento terrível, especialmente agora, antes do Natal”.
O governante revelou também, em declarações transmitidas pelas televisões alemãs, que o suspeito do ataque é um médico, natural da Arábia Saudita. Trabalha na Saxônia-Anhalt e vive na Alemanha desde 2006.
O ataque aconteceu cerca das 19h00 locais, do dia 20, sexta-feira, (18h00 em Lisboa) e o condutor, que seguia ao volante de um BMW preto, foi detido no local.
A área foi evacuada pela polícia alemã, que esteve no local a procurar explosivos.
O chanceler alemão, Olaf Scholz também já reagiu e, na rede social X, disse que os relatos “levam a recear o pior”, afirmando que os seus “pensamentos estão com as vítimas e suas famílias”.
“Estamos ao seu lado e ao lado dos cidadãos de Magdeburgo. Os meus agradecimentos vão para as dedicadas equipas de resgate nestas horas de aflição”, escreveu Scholz.
Imagens do local partilhadas nas redes sociais por testemunhas mostram dezenas de vítimas caídas no chão, a receber assistência médica. Segundo a imprensa local, testemunhas oculares afirmam que o motorista dirigia o carro em ziguezague.
O recinto do mercado de Natal foi logo cercado pela polícia e com dezenas de veículos de emergência médica.
Os serviços de informação alertaram recentemente para o facto de os mercados de Natal serem um “alvo ideologicamente adequado para pessoas motivadas pelo islamismo”.
Devido a atentados recentes ocorridos em mercados de Natal na Alemanha, incluindo com atropelamentos mortais, as autoridades estabeleceram perímetros de segurança à volta dos mesmos, alguns guarnecidos com barreiras de betão e arame farpado.
Em dezembro de 2016 a Alemanha sofreu um atentado com um camião num mercado de Natal, reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI), no qual morreram 12 pessoas no centro de Berlim.
Montenegro reagiu: “Horrendo ataque”
O primeiro-ministro português, Luís Montenegro, foi uma das vozes que condenou o atropelamento na Alemanha. “Condeno veementemente o horrendo ataque no mercado de Natal de Magdenburgo, na Alemanha”, pode ler-se na publicação de Montenegro, na rede social X.
“Expresso solidariedade ao povo alemão e ao chanceler Sholz. Sentidas condolências às famílias das vítimas e votos de recuperação aos feridos”, acrescentou Luís Montenegro.
“À luz dos factos conhecidos, o suspeito é o único autor do crime, pelo que não há, para já, qualquer perigo para a cidade”, declarou o governador de Saxony-Anhalt, Reiner Haseloff, numa conferência de imprensa.
Marcelo deu condolências
O Presidente da República manifesta a sua profunda consternação perante o ataque horrendo num mercado de Natal em Magdeburgo, na Alemanha, e reitera o repúdio de toda a violência contra civis”, é referido numa nota na página na Internet da Presidência.
No mesmo comunicado, Marcelo Rebelo de Sousa apresentou “as suas profundas condolências aos familiares das vítimas mortais, deseja uma rápida recuperação aos feridos e envia uma mensagem de sentida solidariedade ao povo alemão”.
Costa “chocado” com atropelamento
O presidente do Conselho Europeu, António Costa, disse estar chocado com o atropelamento que hoje provocou pelo menos um morto e vários feridos num mercado de Natal na Alemanha e manifestou a sua solidariedade.
“Estou chocado com as notícias horríveis de Magdeburg. Os meus pensamentos estão com as vítimas e as suas famílias”, escreveu António Costa, na rede social X.
O presidente do Conselho Europeu acrescentou que “a União Europeia está solidária com a Alemanha”.
“Foi terrível. Ninguém gritou. Não se conseguia ouvir o carro”
Nadine, uma alemã, de 32 anos, que tinha viajado de Wolfsburg para Magdeburg com o namorado, Marco, de 39 anos, fez um relato do que viveu. O casal passeava de braço dado quando o carro apareceu, na direção deles.
“Ele [namorado] foi atingido e arrancado do meu lado. Foi terrível. Ninguém gritou. Também não se conseguia ouvir o carro“, contou Nadine ao jornal alemão BILD. Na altura, a mulher desconhecia a gravidade dos ferimentos do companheiro, que tinha sido levado para um hospital.
Sabe-se, por agora, que o namorado sofreu ferimentos na perna e na cabeça, sendo desconhecida a gravidade dos mesmos.
REAÇÕES A NÍVEL MUNDIAL
Os Estados Unidos estão “estão chocados e tristes” com o ataque num mercado de Natal no leste da Alemanha, onde morreram duas pessoas e 68 ficaram feridas, disse um porta-voz do Departamento de Estado.
“Os Estados Unidos estão chocados e tristes com as trágicas notícias de Magdeburg”, na sexta-feira à noite, declarou Matthew Miller.
O porta-voz enviou as “mais profundas condolências às famílias e entes queridos dos mortos e feridos, e a todos os afetados por este terrível incidente”.
Miller acrescentou que Washington está pronto a “prestar assistência” enquanto prosseguem os esforços de recuperação e “as autoridades investigam este terrível incidente”.
“A Alemanha é um dos nossos parceiros mais próximos e aliados mais fortes, e estamos ao seu lado hoje e nas próximas semanas. Não há lugar para a violência nas nossas sociedades”, afirmou.
(Com fontes da rede social X)
