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O incidente ocorreu no final das celebrações do Ano Novo em Nova Orleães, EUA

Mortos e feridos em atropelamento terrorista

 |  Alexandra Ferreira  |  ,

O início de ano ficou marcado em Nova Orleães, nos EUA, por um atropelamento em massa. Um homem acelerou a viatura contra a multidão, matou 15 e feriou 30 pessoas.

O suspeito, morto pela polícia, atravessou barricadas e desceu a Bourbon Street, Nova Orleães, na Louisiana, de forma “muito intencional”, antes de disparar contra os agentes no local.

A bordo de um Fiat, o homem – Shamsud Din Jabbar, de 42 anos – conduziu a alta velocidade contra uma multidão, causando 15 mortos e mais de 30 feridos.

Shamsud Din Jabbar atravessou barricadas e desceu a Bourbon Street de forma “muito intencional”, antes de disparar contra a polícia no local, segundo disse a superintendente do Departamento de Polícia de Nova Orleães, Anne Kirkpatrick.

“Este homem estava a tentar atropelar o maior número de pessoas possível”, referiu, tendo detalhado que dois agentes da polícia foram atingidos pelos tiros, mas que se encontram estáveis.

O responsável foi morto pela polícia. Shamsud Din Jabbar, é norte-americano e veterano do exército, mas acredita-se que teve influência do Estado Islâmico na sua ação terrorista.

O ataque aconteceu durante as celebrações do Ano Novo e quando a cidade também se enchia de gente para o Sugar Bowl, um jogo de futebol americano universitário que se realiza com a presença de milhares de pessoas.

Os meios de comunicação social norte-americanos citaram várias testemunhas segundo as quais um camião se dirigiu a alta velocidade contra a multidão, tendo o condutor saído e começado a disparar uma arma, que recebeu resposta da polícia.

O homem trazia consigo uma bandeira do ISIS [Estado Islâmico] no veículo e o FBI está a trabalhar para determinar as “possíveis associações e afiliações do sujeito com organizações terroristas“, revelou a polícia federal, em comunicado.

O presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou na última quinta-feira que o suspeito do ataque de Nova Orleães agiu motivado pelo Estado Islâmico. O suspeito “publicou vídeos nas redes sociais que indicam que se inspirou no Estado Islâmico”, indicou o anda presidente dos EUA.

Num breve discurso a partir da residência de Camp David, perto de Washington, Biden disse que os vídeos revelam também que o autor do crime tinha “vontade de matar”.

Suspeito é descrito como “homem bom”, mas planeou matar família

Já são conhecidos alguns detalhes sobre o suspeito, que morreu, e que chegou mesmo a ser medalhado pela luta contra o terrorismo.

“Isto não é só um ato de terrorismo. É perverso”, afirmou a superintendente Anne Kirkpatrick, citada pela NBC News.

Shamsud-Din Jabbar serviu no Exército entre 2006 e 2015. Esteve no Afeganistão entre 2009 e 2010, altura em que Washington lançou uma operação militar com o objetivo declarado de lutar contra o terrorismo, na sequência dos atentados do 11 de Setembro de 2001.

De acordo com testemunhas no local, Shamsud-Din Jabbar tinha uma bandeira do autoproclamado Estado Islâmico (Daesh) numa peça do carro, no engate de reboque.

Segundo o FBI, no veículo estavam armas e potenciais explosivos, assim como estes últimos terão sido plantados perto da área. Os investigadores avançaram que não acreditavam que a responsabilidade seria só deste homem, e referiram à NBC News que estão a investigar “pessoas de interesse” neste caso.

“Temos pessoas de interesse. Neste momento, não são pessoas suspeitas”, disse a superintendente Kirkpatrick.

Jabbar trabalhava para a Deloitte desde 2021. “Ficámos chocados ao tomar conhecimento de relatos (…) de que o indivíduo identificado como suspeito tinha qualquer ligação com a nossa empresa”, explicou o diretor-geral da Deloitte, Jonathan Gandal.

O mesmo responsável apontou ainda que a empresa estava “indignada com o ato de violência” e garantiu que estavam prontos para fazer tudo para ajudar as autoridades na investigação. Não foi, no entanto, detalhada, a natureza do trabalho de Jabbar na empresa.

Jabbar frequentou a Universidade Estadual da Geórgia, entre 2015 e 2017, tendo-se formando em sistemas de informação computacional.

Em 2004 o homem tentou entrar para a Marinha, mas não conseguiu.

Nascido no Texas, também tinha cadastro. Foi acusado de roubo em 2002 e três anos mais tarde, em 2005, foi acusado de conduzir com uma carta de condução inválida.

Jabbar terá pelo menos três filhos, fruto de dois casamentos. Divorciou-se a primeira vez em 2012 e a segunda dez anos tarde. Mas uma primeira tentativa de se divorciar já tinha acontecido em 2020, quando chegou a ser emitida uma ordem de restrição. A situação foi suspensa e dois anos mais tarde, em 2022, o divórcio aconteceu mesmo.

Uma mulher que se identificou como cunhada do suspeito, e que falou com a NBC News sob condição de anonimato, disse que a família estava em choque com o que tinha acontecido.

Segundo o que referiu, “não faz sentido” o que aconteceu e o suspeito “era a pessoa mais simpática que alguma vez” conheceu.

“Não sei mesmo o que aconteceu. Era um homem bom. Tomava conta dos filhos”, referiu a mulher.

Um amigo de infância  explicou que os dois se conheceram em 1996, e seguiram depois caminhos diferentes – um para o Exército, o outro para a Força Aérea. Anos mais tarde, reconectaram-se, e segundo o que explicou o amigo, Chris Pousson, as publicações do Facebook de Jabbar indicavam uma tendência religiosa, mas que era tudo “positivo. Nada do que era publicado era negativo”.

“Não via isto a acontecer”, referiu on homem, dizendo que a última vez que falou com ele, em 2018, este lhe pareceu “calmo e reservado”.

As autoridades que estão a investigar revelaram que enquanto conduzia do Texas a caminho do Luisiana, Jabbar fez vídeos nos quais abordava a morte da família quando juntasse a família numa “celebração” para o fazer, mas terá mudado de planos e juntou-se ao Daesh. Terá ainda falado sobre sonhos que teve e que tinham motivado a participação com o grupo terrorista.

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