Já são conhecidos alguns detalhes sobre o suspeito, que morreu, e que chegou mesmo a ser medalhado pela luta contra o terrorismo.
“Isto não é só um ato de terrorismo. É perverso”, afirmou a superintendente Anne Kirkpatrick, citada pela NBC News.
Shamsud-Din Jabbar serviu no Exército entre 2006 e 2015. Esteve no Afeganistão entre 2009 e 2010, altura em que Washington lançou uma operação militar com o objetivo declarado de lutar contra o terrorismo, na sequência dos atentados do 11 de Setembro de 2001.
De acordo com testemunhas no local, Shamsud-Din Jabbar tinha uma bandeira do autoproclamado Estado Islâmico (Daesh) numa peça do carro, no engate de reboque.
Segundo o FBI, no veículo estavam armas e potenciais explosivos, assim como estes últimos terão sido plantados perto da área. Os investigadores avançaram que não acreditavam que a responsabilidade seria só deste homem, e referiram à NBC News que estão a investigar “pessoas de interesse” neste caso.
“Temos pessoas de interesse. Neste momento, não são pessoas suspeitas”, disse a superintendente Kirkpatrick.
Jabbar trabalhava para a Deloitte desde 2021. “Ficámos chocados ao tomar conhecimento de relatos (…) de que o indivíduo identificado como suspeito tinha qualquer ligação com a nossa empresa”, explicou o diretor-geral da Deloitte, Jonathan Gandal.
O mesmo responsável apontou ainda que a empresa estava “indignada com o ato de violência” e garantiu que estavam prontos para fazer tudo para ajudar as autoridades na investigação. Não foi, no entanto, detalhada, a natureza do trabalho de Jabbar na empresa.
Jabbar frequentou a Universidade Estadual da Geórgia, entre 2015 e 2017, tendo-se formando em sistemas de informação computacional.
Em 2004 o homem tentou entrar para a Marinha, mas não conseguiu.
Nascido no Texas, também tinha cadastro. Foi acusado de roubo em 2002 e três anos mais tarde, em 2005, foi acusado de conduzir com uma carta de condução inválida.
Jabbar terá pelo menos três filhos, fruto de dois casamentos. Divorciou-se a primeira vez em 2012 e a segunda dez anos tarde. Mas uma primeira tentativa de se divorciar já tinha acontecido em 2020, quando chegou a ser emitida uma ordem de restrição. A situação foi suspensa e dois anos mais tarde, em 2022, o divórcio aconteceu mesmo.
Uma mulher que se identificou como cunhada do suspeito, e que falou com a NBC News sob condição de anonimato, disse que a família estava em choque com o que tinha acontecido.
Segundo o que referiu, “não faz sentido” o que aconteceu e o suspeito “era a pessoa mais simpática que alguma vez” conheceu.
“Não sei mesmo o que aconteceu. Era um homem bom. Tomava conta dos filhos”, referiu a mulher.
Um amigo de infância explicou que os dois se conheceram em 1996, e seguiram depois caminhos diferentes – um para o Exército, o outro para a Força Aérea. Anos mais tarde, reconectaram-se, e segundo o que explicou o amigo, Chris Pousson, as publicações do Facebook de Jabbar indicavam uma tendência religiosa, mas que era tudo “positivo. Nada do que era publicado era negativo”.
“Não via isto a acontecer”, referiu on homem, dizendo que a última vez que falou com ele, em 2018, este lhe pareceu “calmo e reservado”.
As autoridades que estão a investigar revelaram que enquanto conduzia do Texas a caminho do Luisiana, Jabbar fez vídeos nos quais abordava a morte da família quando juntasse a família numa “celebração” para o fazer, mas terá mudado de planos e juntou-se ao Daesh. Terá ainda falado sobre sonhos que teve e que tinham motivado a participação com o grupo terrorista.