O popular realizador de cinema português foi vítima de morte súbita em sua casa. Com uma carreira carregada de filmes entre os quais ‘Manhã Submersa’ (1980) e ‘O Vestido Cor de Fogo’ (1986), Lauro António era um verdadeiro apaixonado pela 7ªArte.
Com a morte do cineasta aos 79 anos, o cinema e a cultura portuguesa ficam, sem dúvida, muito mais pobres.
O filho de Lauro António já veio anunciar no Facebook a morte do pai: “É com muita tristeza que vos informo que hoje digo adeus ao meu pai. Eu, a minha mãe, minha irmã e todos aqui em casa estamos juntos e daremos noticias sobre as cerimónias”, escreveu Frederico Corado nas redes sociais, adiantando que “a quem possa interessar o meu pai será cremado amanhã, dia 4 janeiro, no Crematório dos Olivais às 14.15”.
Entretanto, a Apoiarte e a Casa do Artista já fizeram um comunicado a dar conta da infeliz notícia para o cinema português.
“É com profunda tristeza que comunicamos o falecimento do nosso Presidente da Mesa da Assembleia Geral, Lauro António de Carvalho Torres Corado”, escrevem.
“Um nome e um percurso indissociáveis da História do Cinema em Portugal, a quem a Casa do Artista agradece a dedicação, a frescura de pensamento e o legado que deixa a esta Causa bem como a toda a comunidade artística”, referem na nota.
O percurso e a carreira do cinéfilo é extensa como contam no comunicado.
“Formado em História, foi cineasta, critico, produtor, professor.
Realizou as longas metragens “Manhã Submersa” e “O Vestido Cor de Fogo” e curtas metragens como “Prefácio de Vergílio Ferreira”, “O Zé Povinho na Revolução”, “Bonecos de Estremoz”, Vamos ao Nimas”, a série “Histórias de Mulheres” e filmes como “A Bela e a Rosa”, “Casino Oceano”, “Conto de Natal” entre muitos outros.
Marcou presença em centenas de Festivais e Semanas de Cinema Português, tendo sido membro de Júri de muitos. Foi distinguido com múltiplos prémios nacionais e internacionais.
Na qualidade de crítico e ensaísta de cinema contam-se mais de cinco dezenas de obras publicadas. “O Cinema Entre Nós”, “Cinema e Censura em Portugal”, “Cinema e Comunicação Social”, “O Ensino, o Cinema e o Audiovisual” são apenas alguns exemplos.
Assumiu a Direção de publicações de cinema e vídeo e exerceu a crítica cinematográfica com regularidade em publicações como Diário de Lisboa, Diário de Notícias, A Capital, O Comércio do Porto, A Bola, Revista História, Jornal I.
Levou o cinema na voz através da rádio como autor de diversos programas de cinema em estações como RDP, Rádio Comercial, Rádio Clube Português, Rádio Geste, Antena 2.
No teatro foi autor e encenador de “Três Peças em Um Acto”, “A Encenação”, “Florbela”, entre outras.
Na TVI foi conselheiro para a área do cinema e autor e apresentador do programa “Lauro António Apresenta…”.
A divulgação do cinema também através da organização de ciclos e de sessões dedicadas ao tema foi uma constante. Uma missão.
A Casa das Imagens Lauro António é expressão deste valioso percurso e desta sua total entrega à sétima arte.
A cultura fica hoje mais pobre.
Um abraço de conforto à família, em especial à esposa Maria Eduarda Colares e ao filho Frederico Corado”, rematam no comunicado.