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O ator tinha 88 anos e morreu tranquilo, diz a filha

Morreu o ator brasileiro Milton Gonçalves

 |  Alexandra Ferreira  | 

Morreu o ator Milton Gonçalves, aos 88 anos, uma figura incontornável da televisão brasileira e da luta contra o racismo.

De acordo com a família,  o ator morreu na cidade do Rio de Janeiro, devido a complicações derivadas de um acidente vascular cerebral, que sofreu há dois anos.

O ator participou em mais de 40 novelas brasileiras, sendo a mais conhecida do público português a Escrava Isaura (1976). O Tempo Não Para (2018) foi a última telenovela que contou com Milton Gonçalves no elenco.

Catarina Gonçalves, filha do ator revelou à imprensa brasileira que estava ao lado do pai quando ele morreu e garantiu que teve uma morte calma e bonita, “sem dramas”.

A filha do ator afirmou que o pai já apresentava sinais de muito fadiga nos últimos meses e estes  sintomas eram consequências de problemas de saúde decorrentes de um AVC sofrido em 2020. Nessa altura o ator esteve três meses internado e precisou de aparelhos para respirar.

“De uns meses para cá, ele começou a ficar muito cansado. O AVC foi tomando conta dele, apresentava alguns sinais, como a tensão muito baixa. Nos últimos dias, ele passou mal, mas nada de muito grave”, explicou.

“A morte dele foi muito calma, muito bonita. Eu estava ao lado dele e foi como se ele estivesse indo dormir. Foi muito calmo. Apesar dele ser um grande ator dramático, não teve nada de drama nesse momento. Foi muito calmo”, comentou Catarina.

O ator brasileiro era muito acarinhado e foi um dos maiores atores da sua geração. Ficou conhecido por trabalhos marcantes em novelas como “O bem-amado” (1973) e as primeiras versões de “Pecado capital” (1975) e “Sinhá Moça” (1986).

Para Catarina, o principal legado que o pai deixa para as próximas gerações é a importância em manter a vontade de aprender. Segundo ela, mesmo aos 88 anos, ele ainda tinha “fome de conhecimento”.

“Eu tenho duas vias de legado que ele deixa. O primeiro legado do homem público, do artista, que sempre se posicionou, que nunca deixou passar nada sem ser dar opinião. Uma pessoa que sempre valorizou o estudo. Fica para as próximas gerações esse ensinamento. Da importância de se preparar, de ter fome de conhecimento. De nunca estar satisfeito e sempre correr atrás dos objetivos”, disse a filha de Milton.

Além da brilhante trajetória artística, Milton também venceu preconceitos e lutou pelo reconhecimento do trabalho dos negros, como lembrou o filho e também ator Mauricio Gonçalves

O filho de Milton Gonçalves, o também ator Maurício Gonçalves, lembrou que o pai venceu preconceitos e lutou pelo reconhecimento do trabalho dos negros.

“O legado do homem foi maior que o legado público. Tudo que ele se propôs a fazer, ele fez com maestria. Como filho, como irmão, como pai, como amigo. Sempre uma pessoa que se dedicou ao máximo. E isso agora está a traduzir-se na enxurrada de mensagens que estamos a receber. Ele espalhava alegria por onde passava”, completou.

Curiosamente, Milton Gonçalves era Maçon e foi Iniciado na Loja Martin Luther King, em 1989, aos 56 anos de idade. Milton foi Iniciado na Loja Martin Luther King, em 1989, aos 56 anos de idade. Também era membro da Loja Ação e Justiça Templária nº 85 e da Loja Vigilantes da Lei nº 76 (ambas jurisdicionadas à GLMERJ). Membro da Academia Maçônica de Letras, Ciências e Artes do Estado do Rio de Janeiro. Foi Grande Secretário de Cultura da GLMERJ.

“Nosso Irmão Maçom e ator Milton Gonçalves em fotografia de 1997, quando foi VM da Loja Maçônica Martin Luther King, no Rio de janeiro”, escreveu um amigo a legendar as fotos.

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