Julião Sarmento é um artista português dos mais internacionais da área, e morreu hoje, terça-feira, em Lisboa, aos 72 anos.
Quem avançou a notícia foi a sua galerista que na sua página de Facebook ‘Cristina Guerra Contemporary Art’ revelou a morte do mesmo:
“É com enorme tristeza que a Galeria Cristina Guerra confirma, que faleceu hoje dia 4 de Maio de 2021, em Lisboa o artista Julião Sarmento (1948-2021). Figura central da Arte Portuguesa desde os anos 70, Julião Sarmento foi o primeiro artista da sua geração a alcançar um amplo reconhecimento internacional, expondo em inúmeros museus e eventos de prestígio. Afirmou-se como um dos grandes interpretes e pensadores no contexto da arte, a sua vida e obra refletem uma dedicação total ao meio artístico e à arte contemporânea.
Possuidor de uma obra abrangente, cobrindo um vasto leque de meios, dotado de uma grande erudição e de uma capacidade de incluir uma amplitude de referências culturais, desde as mais populares às mais eruditas tendências contemporâneas da literatura, filosofia e cinema. Julião Sarmento pugnou durante toda a sua longa carreira, por apresentar ao público um trabalho de cariz experimental, com um desejo profundo de reflexão sobre o seu tempo”.
A galerista reafirma que Julião, era “dotado de uma invulgar capacidade de estabelecer amizades duradouras no mundo da arte internacional, afirmou-se desde cedo, como grande embaixador do meio artístico nacional junto da comunidade internacional, sendo inúmeros os artistas, curadores, colecionadores e galerias em Portugal e no estrangeiro que beneficiaram da sua generosa amizade e dedicação”, escreveu, adiantando que “para a família, amigos, galerias e o meio artístico e cultural que o acompanharam ao longo da vida, o seu desaparecimento deixa uma enorme dor e vazio”.
Autor de uma obra multifacetada, representou Portugal na Bienal de Arte de Veneza em 1997 e foi alvo de uma exposição pela Tate Modern, em Londres, em 2011. Em 2012, o Museu de Serralves, no Porto, organizou a mais completa retrospetiva até hoje realizada do seu trabalho, uma obra que mereceu também o reconhecimento com a atribuição do Prémio da Associação Internacional de Críticos de Arte (AICA).