A morte da atriz Eunice Muñoz, de 93 anos de idade, foi confirmada pelo filho António Muñoz.
Recordada como “uma das maiores atrizes de todos os tempos”, morreu no Hospital de Santa Cruz onde deu entrada há dois dias.
De acordo com o filho António, Eunice Muñoz teve uma paragem cardiorrespiratória. “Ainda houve tentativa de reanimação, mas sem sucesso”, disse.
A diva dos palcos portugueses foi sempre feliz nos palcos onde chegou a contracenar com a neta.
Nascida em Amareleja, no distrito de Beja, em 1928, Eunice Muñoz completou, em novembro, 80 anos de carreira.
Estreou-se no Teatro Nacional D.Maria II, em Lisboa, a 28 de Novembro de 1941, na peça “Vendaval”, de Virgínia Vitorino, com a Companhia Rey Colaço/Robles Monteiro, que aí se encontrava sediada.
Filha e neta de atores de teatro e de artistas de circo, ao longo da carreira Eunice Muñoz entrou em perto de duas centenas de peças, trabalhou com cerca de uma centena de companhias, segundo a base de dados do Centro de Estudos de Teatro da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e, no cinema e na televisão, o seu nome está associado a mais de oito dezenas de produções de ficção, entre filmes, telenovelas e programas de comédia.
A 20 de Abril de 2021, Eunice Muñoz deu início ao fim da carreira. No auditório batizado com o seu nome, em Oeiras, estreou a peça “A Margem do Tempo”.
No ano passado, Eunice Muñoz regressava aos palcos, para a última peça da sua vida. Ao lado da neta, a atriz fez revelações à TSF sobre o seu percurso e carreira, no programa “Uma Questão de ADN”.
Em abril do ano passado, Eunice Muñoz foi condecorada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada, cerca de três anos depois de ter recebido a Grã Cruz da Ordem de Mérito.
Ao longo de 2021, contracenou com a neta Lídia Muñoz, na peça “A margem do tempo”, em diferentes palcos do país, numa digressão que culminou no Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, em 28 de novembro, exatamente 80 anos após a sua estreia.