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O ex-jornalista e empresário era casado com Sandra Nobre de quem tinha a filha mais nova Maria

Morreu Artur Albarran aos 69 anos

 |  Alexandra Ferreira  | 

“O drama”, “o horror”, “a tragédia”! Quem não se lembra destas frases num dos programas que o conhecido ex-jornalista apresentou? ArturAlbarran morreu esta terça feira na sequência do cancro com que lutava há anos.

O antigo jornalista e apresentador lutava contra um cancro raro e acabou por falecer esta terça-feira, 15 de fevereiro, aos 69 anos. Tinha 69 anos e lutava contra um cancro raro, que foi diagnosticado em 2011 e novamente em 2019.

Na altura tinha-se submetido a um transplante de medula óssea oito anos depois da primeira intervenção.

O antigo jornalista e apresentador estava a receber tratamento oncológico no IPO de Lisboa até ter sido internado, em agosto de 2021, na unidade de cuidados intensivos do hospital Amadora-Sintra, em Lisboa, devido a complicações com a Covid-19.

Em novembro de 2021, deu entrada no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, com meningite. Artur Na ocasião, Albarran esteve em isolamento e com prognóstico reservado.

Na década de 90, Albarran foi enviado especial à Guerra do Golfo e ao conflito na Somália. Foi diretor do jornal Século e apresentou na SIC formatos como Imagens Reais, Acorrentados ou Cadeira do Poder.

O jornalista destacou-se em televisão nos anos 80 quando fez parte da equipa fundadora do “Grande Reportagem” na Radiotelevisão Portuguesa (RTP).

Uma vida cheia de aventuras

Nasceu em Moçambique onde o pai era empresário de corte e transformação de madeiras exóticas.

Veio para Portugal aos 18 anos altura em que começou a carreira profissional no Rádio Clube Português, cheio de futuras promessas da locução como Cândido Mota, José Nuno Martins, Joaquim Furtado, Jaime Fernandes ou Júlio Izidro. 

Depois do 25 de Abril de 1974 foi ativista da extrema-esquerda,  no Partido Revolucionário do Proletariado.

A experiência trouxe-lhe uma acusação num dos processos das Brigadas Revolucionárias. Fugiu então para França e foi julgado à revelia. Ficou livre das acusações.

 

De França foi para Inglaterra, trabalhou na BBC iniciando também uma colaboração no programa de reportagens World in Action, da ITV.

Depois deu um pulo aos Estados Unidos e ao Brasil e regressou a Portugal em 1980.

Na RTP foi para a equipa fundadora da Grande Reportagem e destacou-se como enviado especial à  Guerra do Golfo, em 1991. Como repórter de guerra, foi até à Somália em 1992 quando as forças norte-americanas entraram naquele país, para tentar pôr fim à guerra civil. Assume também a chefia da redação da RTP1 e RTP2. Em 1988 lança-se para o jornal O Século Ilustrado, de que se torna director.

Com o aparecimento das televisões privadas, Albarran muda-se para a TVI, em 1993 como apresentador de informação.

Em 1996 abandona a informação e vai para a SIC apresentar programas de entretenimento como A Cadeira do Poder (1997), Imagens Reais e Acorrentados (2001).

Com Imagens Reais, popularizou a frase “a tragédia, o drama, o horror”, frases que utilizava para apresentar as reportagens. 

Em 1997 aceita o convite de um grupo de empresários e políticos norte americanos para encabeçar os seus negócios em Portugal. Entre eles está Franck Carlucci, ex-diretor da CIA e antigo embaixador em Portugal no pós 25 de Abril.

Afastou-se da televisão e tornou-se presidente do Conselho de Administração da EuroAmer, uma holding imobiliária, pertencente ao Grupo Carlyle.

Em 2005, com a falência da EuroAmer, Albarran seria alvo de uma investigação do Ministério Público, suspeito de branqueamento de capitais e falsificação de documentos.

Foi detido pela Polícia Judiciária por suspeita de crimes económicos e branqueamento de capitais, mas nunca houve uma acusação. Depois da detenção Albarran saiu com termo de identidade e residência.

Ao fim de sete anos, o caso foi arquivado.

Viveu entre Angola e a África do Sul, trocou Portugal pelo continente africano algum tempo depois de ter despoletado a investigação à empresa Euroamer SGPS, da qual era presidente do conselho de administração. Por último, era administrador de uma empresa em Bengalore, na India.

A última mulher e os seis filhos

Foi casado com Lisa Hardy, alemã de quem tem duas filhas.

Após a separação, Albarran ficou com o poder paternal das filhas que foram levadas por Lisa para a Alemanha, aproveitando uma visita de fim-de-semana antes do Natal de 2008.

Entretanto, tudo se resolveu e foi sempre um pai presente e extremoso com todos os filhos.

Em 2011 foi-lhe diagnosticado uma leucemia. Foi sujeito a um autotransplante de medula óssea.

A ‘chef’ Sandra Nobre, protagonista do programa de televisão sobre cozinha ‘A Sentada’, foi o seu último grande amor.

Viveram juntos mais de 15 anos.

Tiveram a ‘benjamim’ da família, Maria, a mais nova.

Sandra Nobre acompanhou Artur Albarran para a África do Sul e regressou com ele a Portugal.

Viviam ambos na casa que partilhavam em Nafarros, Sintra.

Albarran tem ao todo 6 filhos de várias companheiras: Francisca, Carolina, André, Linny, Linda e Maria.

Foi um pai extremoso, nunca deixou que faltasse nada aos filhos com quem manteve até ao fim uma apertada relação familiar.

Albarran nunca transpareceu nas redes sociais sobre a difícil situação de saúde que vivia. Era um homem reservado.

E em julho de 2012, na reta final do tratamento no IPO , reapareceu publicamente com a mulher Sandra Nobre aparentemente restabelecido.

Tentava sempre juntar os filhos todos em algumas datas mais familiares, na casa em Nafarros, Sintra.

Créditos Imagem:

@reprodução Rede Social DR

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