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A pintora portuguesa tinha 87 anos e estava na sua casa de Londres

Morreu a pintora Paula Rêgo

 |  Alexandra Ferreira  |  ,

“É com imensa tristeza que anunciamos o falecimento da artista britânica nascida em Portugal, Dame Paula Rego, aos 87 anos. Ela morreu esta manhã pacificamente, após uma curta doença, em casa no norte de Londres, rodeada pela sua família”.

Foi assim que nas redes sociais a galeria de arte Victoria Miro deu a notícia da morte de uma das figuras mais proeminentes da arte portuguesa no Mundo.

A pintora Paula Rego, uma das mais aclamadas e premiadas artistas portuguesas a nível internacional, morreu na manhã desta quarta-feira em Londres.

Paula Rego é uma das figuras proeminentes da arte portuguesa. Com vida e obra em Londres, é com naturalidade que expressa influências das escolas inglesas mas sempre muito focada na sua linguagem pictórica e plástica no seu país, Portugal.

 

A sua carreira foi feita em constante mudança e muito vivida.

Maria Paula Figueroa Rego nasceu a 26 de janeiro de 1935 em Lisboa no seio de uma família de classe média. O seu agregado familiar fragmentou-se cedo em 1936 quando o seu pai foi trabalhar para Inglaterra e a sua mãe o acompanhou.

A jovem ficou ao cuidado da sua avó até 1939, que esteve na base da sua educação e formação humana e cultural. Os contos tradicionais que tanto ela como a governanta da sua casa lhe contavam tornaram-se influências marcantes no seu trabalho artístico.

 

 

Como a sua família dispunha de bases anglófilas bem trabalhadas, a lisboeta ingressou na única escola de língua inglesa em solo português, sendo esta a St. Julian’s School.

A escola era anglicana, ospota ao catolicismo tradicional nacional mas coadunava-se com a crença do pai da futura pintora. Tudo isto serviu para criar uma distância entre si e o catolicismo, não obstante possuir o sentimento de culpa católico e a crença da existência do diabo em pequena.

Com 16 anos, emigrou para o Reino Unido para a Sevenoaks, escola que se especializava em formatar as mulheres para os costumes e comportamentos em sociedade. Esteve na The Slade School of Fine Art, de 1952 a 1956. Foi ali que conheceu o marido e pintor Victor Willing, voltando com este para Portugal em 1957. Engravidou enquanto estudava. O casamento foi em 1959, depois do inglês se divorciar da primeira mulher.

Três anos depois, o pai da lisboeta comprou uma casa para o casal em Londres, na Albert Street situada em Camden Town, e o tempo de ambos tornou-se dividido entre Portugal e Inglaterra.

Após a morte do pai, em 1966, o negócio da família foi assumido pelo marido de Paula Rêgo. O negócio morreu com o 25 de Abril e a revolução em 1974. Os trabalhos produtivos foram assumidos pelas forças revolucionárias e o casal de Paula Rego e Victor Willing, já com três filhos, emigraram permanentemente para Londres e por lá ficaram na maioria do seu tempo até à morte do segundo, em 1988.

Desde então, a portuguesa repartiu o seu tempo entre Lisboa e Londres, granjeando prestígio pelo seu êxito criativo em quantidade e qualidade. Alguns dos principais espaços em que proporcionou exposições da sua autoria foram na Fundação Calouste Gulbenkian (1988),  na National Gallery (1991) e na Tate Britain (2004).

 

Paula Rego é uma das principais pintoras portuguesa. Com uma vasta obra espalhada por todo o Mundo e por casas particulares.

Conquistou várias instituições académicas, recebendo um doutoramento honorário na Winchester School of Art, na Universidade de Oxford e na Rhode Island School of Design.

Em Portugal recebeu a Grã-Cruz da Ordem de Sant’Iago de Espada em 2004 e assistiu à construção da Casa das Histórias Paula Rego em 2009.

 

O ponto mais alto de todo o conjunto de condecorações chegou em 2010, quando foi nomeada Dama do Império Britânico.

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