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Glória Maria foi a primeira repórter negra da televisão e deixa um acervo gigantesco na Globo

Morre ícone do jornalismo brasileiro

 |  Alexandra Ferreira  | 

Morreu a jornalista Glória Maria, no Rio de Janeiro, aos 73 anos, considerada uma das mais importantes do Brasil. Foi a primeira repórter negra daquele país. Ficou conhecida pelo profissionalismo e pela forte personalidade.

A jornalista da Globo Glória Maria morreu esta quinta-feira, dia 2 de janeiro, aos 73 anos.

Glória Maria deixa duas filhas: Maria e Laura, de 14 e 15 anos.

A jornalista adotou as meninas em 2009 durante uma viagem à Bahia porque nunca tinha tido filhos.

O presidente brasileiro, Lula da Silva, reagiu à morte de Glória Maria e disse que é “uma das maiores jornalistas da história” da televisão brasileira.

A comunicadora teve um cancro de pulmão entretanto superado mas não resistiu a metástases no cérebro. A jornalista estava numa nova fase do tratamento que deixou de fazer efeito nos últimos dias.

“Em 2019, Glória foi diagnosticada com um cancro de pulmão, tratado com sucesso com imunoterapia. Sofreu metástases no cérebro, tratada em cirurgia, também com êxito inicialmente. Em meados do ano passado, Glória Maria começou uma nova fase do tratamento para combater novas metástases cerebrais que, infelizmente, deixou de fazer efeito nos últimos dias, e Glória morreu esta manhã, no Hospital Copa Star, na Zona Sul do Rio”, lê-se no comunicado da Globo.

A jornalista estava afastada da programação da Globo desde dezembro.  Em janeiro foi internada no Rio de Janeiro para fazer um tratamento de metástases no cérebro.

Glória começou sua carreira na Globo como rádio-escuta e foi a primeira repórter a entrar ao vivo em cores no Jornal Nacional.

Mais de 30 anos depois, participou da primeira transmissão em HD da TV brasileira, em 2007.

Glória Maria era uma das principais figuras da televisão brasileira e também considerada a primeira repórter negra daquele país.

Na Globo, passou por diversos jornais, fazendo história no Fantástico, onde esteve mais de 20 anos, entre repórter e apresentadora.

Ficou marcada por grandes entrevistas e por viagens explorando os mais diferentes locais e culturas do mundo.

Glória Maria era conhecida pelas suas viagens. A jornalista visitou cerca de 156 países ao longo da vida e completou 15 passaportes.

O 1º desafio de Glória Maria como repórter foi a queda do viaduto Paulo de Frontin, em 1971. Para confirmar o fato, ela recorreu à boa e velha lista telefónica e ligou aleatoriamente para moradores da região para perguntar se o viaduto tinha caído mesmo.

Entre as estrelas internacionais que conversaram com Glória Maria, estão Michael Jackson, Freddie Mercury, Madonna e Mick Jagger.

Glória foi pioneira, abriu portas para os negros fechadas desde sempre, abriu portas para o jornalismo com seu estilo único e ousadia libertária, mostrou o mundo ao Brasil, lutou com bravura.

Numa entrevista de 2018, a Narcisa Tamborindeguy, a jornalista elegeu um local para onde se mudaria caso deixasse de residir em solo brasileiro.

“Saint-Tropez e Ibiza”, revelou. “Eu conseguiria ser livre com as minhas filhas e com segurança. Lá ninguém te incomoda, não tem violência”, disse.

Ana Maria Braga, Fafá de Belém entre dezenas de famosos brasileiros estão a lamentar a morte da jornalista nas redes sociais e até fazem homenagens.

 

 

 

 

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