Donbass já era uma região fragilizada pela guerra separatista. Com a invasão russa ficou ainda mais destruída.
Na verdade, o turismo industrial estava em expansão no Donbass onde existem muitos projetos turísticos que celebram a cultura, a história e a paisagem industrial.
Antes de fevereiro de 2022, a região oferecia aos turistas pontos geológicos de interesse, minas abandonadas e em operação, fábricas abandonadas, novas herdades mergulhados na cultura local e onde qualquer amante da natureza tem à disposição do olhar paisagens infindas.
Agora, o turismo está parado. A guerra não permite abrir a porta destas cavernas aos turistas.
O “turismo industrial” não é a mesma coisa que férias na praia ou passeios turísticos mas os fãs são cada vez mais.
A sugestão mais viável para o turista aventureiro é encontrar um bom guia que conheça bem a história da região ou um entusiasta local. São a melhor companhia e nunca se perdem pois conhecem o fascinante cenário geológico da região como a palma das suas mãos.
Interessante conhecer o turismo geológico no oblast de Donetsk, uma área relativamente pequena onde existem rochas de quase todas as eras geológicas, desde os granitos mais antigos até maciços alcalinos únicos.
A região foi rica em fenómenos naturais e décadas de exploração humana.
É considerada por muitos como uma região única e foram muitos os europeus ocidentais atraídos por esta zona tão rica. Investidores industriais contribuíram muito para o desenvolvimento local. A maior cidade da região de Donetsk – Donetsk foi fundada pelo engenheiro industrial galês John James Hughes no final do século XIX.
A mina de gesso, um labirinto de corredores, situados em diferentes cotas, abandonadas após a extração do gesso, é qualquer coisa de magnífico para se visitar. Os túneis deste labirinto têm entre 7 e 12 metros de largura e podem atingir até 6,5 metros de altura. Diz-se que têm 7 quilómetros de comprimento.
Na rede de galerias das cavernas estão ‘lagos’ com 4 metros de profundidade.
Tudo isto que está escondido está mal explorado. A indústria do turismo estava a crescer forte nestas rotas fascinantes, diferentes e, por vezes até, radicais.
A mina de sal de Soledar ex sanatório espeleológico subterrâneo…
Segundo agências de turismo de Donetsk, “na zona histórica da produção local de sal, entra-se num elevador que leva o visitante até 300 metros de profundidade.”
As galerias subterrâneas aqui são muito espaçosas e é muito conhecido o festival de música filarmónica que nele se realiza. Até um estádio de futebol e uma igreja e esculturas de sal.
Já é tradição do início do século 20 transformarem estas instalações industriais em espaços que também espelham a cultura da região.
“Sinfonia do Sal”, o sanatório espeleológico localizado na mina de sal, é procurado por centenas de pessoas. Foi afectado por restrições relacionadas à pandemia. Possivelmente agora também com a guerra.
O sanatório está temporariamente fechado por causa da guerra e é feito de algumas celas com cortinas e pelo menos duas camas. Pode-se pedir uma cela para relaxar durante a visita. A temperatura na mina é constante em 14 ou 15 graus Celsius.
As pessoas hospedavam-se algumas semanas na Sinfonia do Sal na esperança de tratar problemas respiratórios.
Os clientes passam o tempo no subsolo a ver filmes, jogar xadrez, a fazer exercícios em grupo, a jogar ‘ping-pong’ a ler livros e a relaxar no bar local.
Mas nem só de sal vive esta zona que também se tornou famosa na produção de vinho espumante.
A produtora local de espumante possibilita aos visitantes acompanharem todo o ciclo de produção do vinho espumante, além de passeios pelas históricas galerias subterrâneas, que ficam 72 metros abaixo da superfície.