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Meteoritos: do mais remoto a outros maiores

Numa manhã de domingo, há pouco mais de 50 anos, nas circanias da pequena localidade de Murchison, a norte de Melbourne na Austrália, explodia na atmosfera autêntica bola de fogo que espalhou fragmentos rochosos muitos dos quais foram recolhidos – restos daquele que passou a ser denominado de Meteorito de Murchison.

Tratou-se de um visitante com particular característica: atraído pela gravidade terrestre ali se estilhaçou depois de vaguear pelo espaço sideral por aproximadamente 7,5 mil milhões de anos. Em termos mais concretos, fora formado muito antes do nosso astro-rei e do seu sistema planetário, cuja ‘idade” rondará a casa dos 4,5 mil milhões de anos.

Esta a conclusão de cientistas que têm estudado dezenas de tais fragmentos. A sua composição interessa à Ciência para melhor se compreender a matéria sideral da qual o nosso planeta também é formado, assim como a de outros planetas e asteróides.

As ‘estrelas cadentes’, ou meteoros, de pequena dimensão, são um fenómeno recorrente que pode ser apreciado aqui e ali em noite estrelada de quaquer parte do mundo.

Tanto meteoros como meteoritos provêm de meteoróides – objectos que vagueiam pela imensidão sideral cujo tamanho varia de um simples grão de areia ao de um rochedo. O meteoróide, precipitando-se a velocidades ultrasónicas, incendeia-se na atmosfera por fricção. Se assim só for não passa de meteoro; se, porém, esse visitante do espaço sideral acabar por resultar num pedaço de rocha ou em fragmentos rochosos embatendo na superfície terrestre passa a ser catalogado de meteorito.

Na Somália, em 2020, foi descoberto um meteorito cuja massa ficou calculada em cerca de 15 toneladas. Depois de estudos sobre a sua composição, os cientistas isolaram dois minerais que não existem na Terra.

O maior dos meteoritos até agora encontrados intactos foi o de Hoba.

Segundo se calcula terá sido formado há entre 200 a 400 milhões de anos; há cerca de 80.000 anos do que sobrou do meteoróide incandescente que se precipitou na atmosfera terrestre foi um maciço rochedo de aproximadamente 60 toneladas que embateu na superfície daquela que é hoje a Namíbia.

Hoba era o nome dado a uma propriedade rústica situada a cerca de 20 kms a oeste de Grootfontein onde o meteorito foi descoberto em 1920 pelo agricultor Jacobus Hermanus Brits enquanto lavrava e o arado embateu em algo inamomível.

Em 1955 o então proprietário doou as terras ao Estado e o situ passou a monumento nacional e a atracção turística.

Por sua vez a estrutura representativa do maior impacto de um meteorito, a Vredefort Dome (ou cúpula invertida de Vredefort) situa-se a 120 kms a sudoeste de Joanesburgo na África do Sul.

 

Calcula-se ter sido um meteorito de cerca de 10 kms de diâmetro que ao embater na crosta terrestre há 2 milhões de anos resultou numa cratera de 300 kms de diâmetro, hoje muito alisada pela erosão e coberta de vegetação.

A Vredefort Dome  foi declarada Património Mundial da Humanidade pela UNESCO em 2005.

 

Créditos Imagem:

Wikipédia/Discovery Namibia

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