Os detidos por suspeita do homicídio da menina em Setúbal são uma mulher a quem a mãe da criança devia dinheiro, identificada como ama, o marido e a filha da mesma.
Num comunicado divulgado esta quinta-feira de manhã, a Polícia Judiciária tinha referido apenas as detenções de um homem de 58 anos e duas mulheres de 52 e 27 anos, sem os identificar.
A mãe da menina, de 3 anos, e o padrasto foram também ouvidos durante a noite na Polícia Judiciária (PJ), mas não foram constituídos arguidos.
Entretanto, a mãe de Jéssica, Inês Paulo, já se expressou no Facebook sobre a morte da filha.
“Não tenho palavras para descrever a dor que estou sentindo, tenho o meu coração desfeito. Tenho tantas saudades tuas minha querida filha. Descansa em paz meu anjinho , és a minha estrelinha guia …. amo – te e vou te amar sempre minha filha”, escreveu a mãe da criança.
Os três detidos são suspeitos dos crimes de rapto, extorsão, ofensas à integridade física e homicídio qualificado.
MORTE ANUNCIADA
Jéssica Biscaia, de 3 anos, estava sinalizada pela proteção de menores morreu na segunda-feira, depois de a mãe a ter ido buscar à casa de uma alegada ama da filha – a suspeita.
De acordo com a mãe, Inês Paulo, a menina esteve cinco dias ao cuidado da mulher e tinha sinais evidentes de maus-tratos, como hematomas, pelo que foi chamada a emergência médica.
A criança foi assistida na casa da mãe e transportada ao Hospital de São Bernardo, onde lhe fizeram manobras de reanimação, mas não conseguiu sobreviver aos ferimentos.
Segundo João Bugia, coordenador da PJ de Setúbal, a mãe da menina foi “ardilosamente enganada” e levada a entregar a filha por conta de uma dívida de 400 euros que tinha para com a suspeita.
“A mulher agora detida convenceu a mãe a levar a criança a sua casa com o pretexto de que a menina poderia ficar a brincar com a neta, da mesma idade, enquanto conversavam sobre a dívida”, referiu.
No entanto, segundo ele, não foi permitido à mãe da menina levar a criança de volta para casa.
Nos cinco dias em que a criança permaneceu na casa dos detidos, terá sofrido maus-tratos severos.
O investigador da judiciária de Setúbal revelou ainda que, apesar de haver algumas suspeitas iniciais de eventuais agressões sexuais contra a criança, esses indícios não foram confirmados na autópsia realizada na quarta-feira.
Os suspeitos vão ser presentes a tribunal esta sexta-feira para serem interrogados pelo juiz. Este será o primeiro interrogatório judicial para aplicação das medidas de coação tidas por adequadas.
Segundo revelou aos jornalistas a avó de Jéssica, Rosa Tomás, os sinais de maus tratos já eram evidentes quando a mãe foi buscar a criança a casa da ama, na segunda-feira.
Porém, só mais tarde a família se terá apercebido de algo errado com a menina e alertou as autoridades, que mobilizaram para o local uma equipa de emergência médica do Centro Hospitalar de Setúbal.
A criança foi assistida na casa da mãe e transportada ao Hospital de São Bernardo, onde foi sujeita a manobras de reanimação, mas não sobreviveu aos ferimentos.
Alegadamente, a dívida de 400 euros terá sido por causa de um tablet que Jéssica terá partido.