Também foi condecorado com o Grande-Colar da Ordem de Timor-Leste, pelo seu homólogo, Francisco Guterres Lú Olo, no Palácio Presidencial em Díli.
“É o avô Nana de Portugal”, pode ler-se em vários comentários aos vídeos e fotos de Marcelo Rebelo de Sousa nos contactos com a população, e que levaram a que fosse comparado a Xanana, também ele reconhecido pelo seu regular e intenso contacto popular.
Comentários em tétum, em português ou em inglês que tornaram o chefe de Estado no assunto mais popular que quase ‘destronou’ momentos como a investidura do novo Presidente, José Ramos-Horta, ou as celebrações dos 20 anos da restauração da independência.
Muitos destacam a proximidade entre o ‘bainaka’, o ‘ema bo’ot’ — termos que distinguem, em Timor-Leste, a ‘gente maior’, os mais velhos ou mais destacados da sociedade — e os ‘ema kiik’, a ‘gente pequena’ que define o povo. Ou seja, Marcelo é o verdadeiro presidente do povo!
Após a cerimónia de condecoração, o Presidente da República Democrática de Timor-Leste ofereceu um banquete em honra a Marcelo, um verdadeiro festim.
O jantar oferecido pelo chefe de Estado timorense no Palácio Presidencial, foi uma forma de assinalar o fim do mandato presidencial.
A cerimónia de investidura do novo Presidente da República Democrática de Timor-Leste, José Ramos-Horta, aconteceu hoje já de noite em Díli.
Ramos-Horta tomou posse pela segunda vez como chefe de Estado de Timor-Leste, após ter derrotado o Presidente em exercício, Francisco Guterres, na segunda volta das presidenciais timorenses, em 19 de abril.
O Presidente da República esteve presente na Tomada de Posse do Presidente da República Democrática de Timor-Leste, José Ramos-Horta, em Tasi Tolu, também esteve presente na cerimónia de comemoração da restauração da independência de Timor-Leste, que decorreu no Palácio Presidencial em Díli.
A cerimónia, presidida pelo novo Presidente da República Democrática de Timor-Leste, José Ramos-Horta, contou com honras militares, seguido da execução do hino nacional e Içar da bandeira de Timor-Leste.
Marcelo Rebelo de Sousa discursou no Parlamento Nacional de Timor-Leste durante a sessão plenária, que marcou a comemoração do 20.º aniversário da Constituição da República Democrática de Timor-Leste.
O chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa, recordou o seu antecessor Jorge Sampaio, num discurso no parlamento timorense sobre a independência de Timor-Leste, que apontou como “a maior causa de Portugal vivida em democracia”.
Num discurso de cerca de 20 minutos, elogiou o “caminho excecional” de Timor-Leste “para a paz universal, com respeito pela diferença de ideias, pensamentos, religiões, maneiras de ser e de estar no mundo”, nestas duas décadas como Estado soberano, e citou também o papa Francisco.
O PADRE JESUÍTA PORTUGUÊS
Uma das visitas mais bonitas que fez foi a um português idoso que condecorou, na Escola Amigos de Jesus.
É o Padre Jesuíta João Felgueiras, foi agraciado com o Grã-Cruz da Ordem de Camões, pelo seu papel na difusão da língua e cultura portuguesa em Timor-Leste.
A escola é o projeto de vida deste padre jesuíta, que em junho vai fazer 101 anos de vida.
Foi a segunda condecoração do Estado português.
“É alguém que há 51 anos se dedica a fazer a ponte entre Timor e Portugal.”
“Esteve por detrás da ajuda permanente das ligações entre Portugal e Timor.
Fez esta obra, e agora são mil e tal alunos. Excecional”, disse o Presidente português, referindo-se à escola, construída com apoio do Governo timorense e com doações de cidadãos privados e empresas.
“Condecorei o padre Felgueiras com uma ordem que foi criada há muito pouco tempo, a Ordem de Camões, com a Grã Cruz. Esta ordem agradece a projeção da língua portuguesa, da cultura portuguesa em todo o mundo”, explicou.
Foi algo que o jesuíta “fez e está a fazer (…) há mais de meio século, que o fez em condições muito difíceis durante aqueles 25 anos em que abria portas que mais ninguém abria”, recordou.