Trinta e dois golfinhos foram encontrados mortos no meio do derrame de crude no Mar Negro.
O derrame de petróleo ocorrido há três semanas no Mar Negro, perto da Península da Crimeia, ocupada pela Rússia, provocou a morte de 32 golfinhos.
Os petroleiros ‘Volgoneft-212’ e ‘Volgoneft-239’ afundaram-se no dia 15 de dezembro numa tempestade que afetou o Estreito de Kerch, que separa a Península da Crimeia e a região russa de Krasnodar.
Os navios largaram 2.400 toneladas de combustível e as regiões de Kerch e Krasnodar declararam imediatamente uma emergência.
Segundo indicou o Centro de Investigação e Resgate Delfa Dolphin da Rússia, numa mensagem divulgada na plataforma Telegram, foram encontrados 61 cetáceos mortos (baleias e golfinhos), mas que destes 29 tinham morrido antes do derrame e os restantes 32 depois.
“A julgar pelo estado dos corpos, muito provavelmente a maioria destes cetáceos morreu nos primeiros 10 dias após o desastre. Agora o mar continua a arrastá-los”, refere a mensagem, acrescentando que a maioria dos golfinhos mortos pertencia à espécie ameaçada de Azov.
O Ministério de Emergência russo disse que mais de 96 mil toneladas de areia e solo contaminados foram removidos pelas autoridades e voluntários ao longo da costa dos distritos de Anapa e Temryuk, na região de Krasnodar.
O presidente russo, Vladimir Putin, classificou o derrame de petróleo como um “desastre ecológico”.
O Estreito de Kerch é uma importante rota marítima global, proporcionando a passagem do interior do Mar de Azov para o Mar Negro.
Foi também um ponto-chave de conflito entre a Rússia e a Ucrânia, depois de Moscovo ter anexado a península em 2014.
Rússia relata situação “crítica” após derrame de petróleo no Mar Negro
As autoridades russas reportaram a situação “crítica” na sequência do derrame de petróleo causado pelo naufrágio de petroleiros entre a Rússia e a Crimeia anexada, que declarou estado de emergência.
“A situação é realmente crítica, infelizmente, as consequências negativas em termos ecológicos são inevitáveis”, afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, citado pelas agências de notícias russas.
Dmitry Peskov apelou às autoridades governamentais para que empenhem “esforços máximos” para lidar com as consequências do derrame de milhares de toneladas de petróleo, sobretudo nas praias do sudoeste da Rússia.
“Infelizmente, é impossível calcular a extensão dos danos causados para o ambiente neste momento, mas esse trabalho é realizado regularmente por especialistas”, acrescentou.
O líder da Crimeia, península ucraniana anexada em 2014 pela Rússia, Sergei Aksionov, anunciou na rede social Telegram que declarou estado de emergência “devido ao derrame de produtos petrolíferos no Estreito de Kerch”, que liga os dois territórios.
O Ministério dos Transportes russo anunciou hoje que, entretanto, “todas as áreas de poluição identificadas na área aquática foram limpas” e que “não foi detetada poluição repetida”.
“A ameaça de um novo derrame de petróleo no Mar Negro e na costa devido a navios-tanque afundados persiste”, sublinhou, no entanto, o ministro de Situações de Emergência, Alexander Kourenkov.
Milhares de voluntários mobilizaram-se para limpar as praias do sudoeste da Rússia, mas, segundo os cientistas, o seu equipamento não é suficiente.
O Presidente Vladimir Putin reconheceu que se tratava de um “desastre ecológico”, que poderia poluir até 200 mil toneladas de solo.
Por LUSA