Pelas 5h11m do dia 26 de agosto 2024, a população de Lisboa e arredores foi sacudida por
um sismo de intensidade calculada em cerca de 5,9 com epicentro situado a cerca de 84 kms a sudoeste de Lisboa.
Charles Richter desenvolvera a Escala de seu nome em 1934, usando a fórmula da onda sísmica de
maior amplitude registada no sismómetro e a distância entre o epicentro do sismo e o mesmo aparelho.
Uma vez que a partir desta escala se não possa calcular com precisão a magnitude de sismos de grande
intensidade, passou a ser utilizada a ‘Escala da Magnitude do Momento’ para se abranger um maior
âmbito de intensidade de sismos. Dessa forma avalia-se com maior grau de precisão sismos de
intensidade superior ao valor 8 (em escala logarítmica).
A Escala de Richter irá em princípio de 0 a 10, mas tudo depende da amplitude da ‘onda’ do sismo no
sismógrafo, podendo em potencial ser superior a esse máximo, ainda que os maiores valores registados se tenham situado na casa dos 8 e 9 na mesma escala (que ao fim e ao cabo só existe há 90 anos).
Quanto maior a profundidade a que ocorre o sismo maior a sua intensidade, contudo menor é a
probabilidade de ser sentido à superfície. Essa a razão pela qual aqueles verificados à superfície, ou
perto desta, não só são os que mais frequentemente são sentidos como mais perigosos se tornam e
maior destruição podem causar a estruturas ali edificadas.
Até hoje o terramoto de maior registo de intensidade ocorreu no litoral do Chile em 1960, com o valor
de 9,5 vitimando fatalmente cerca de 2.000 pessoas.
Em 1964, no Alaska, numa Sexta-feira Santa (noutro Dia Santo), registou-se um sismo de um valor acima de 8 na mesma Escala de Richter.
O mais recente dos terramotos de grande intensidade, com um valor acima de 9, teve lugar no Japão em 2011.
Na sua generalidade os sismos de menor intensidade são ‘tremores de terra’ (de valores inferiores a 3 na Escala de Richter) que podem superar o total de 1 milhão anualmente, não sendo praticamente sentidos à superfície. Sismos de valores já na casa de 4 e 5 são mais frequentes do que possamos imaginar, ocorrendo aos milhares anualmente e sendo suficientemente intensos (como este ocorrido a
umas dezenas de quilómetros de Lisboa) para serem registados com o alerta de sismógrafos.
A partir do valor 7 o sismo é já classificado de terramoto de grande intensidade.
A grosso modo, assim sendo, o terramoto de Lisboa de 1755, cuja intensidade é calculada em 8,6-8,7,
teria sido cerca de 1.000 vezes mais violento daquele sismo sentido a 26 de agosto em Lisboa e
arredores.
A 6 de Novembro de 2023, neste ‘site’ (seguenews.com), na sub-secção ‘De Paralelos a Meridião’ de
‘Crónicas Sem Filtro” sob o título “Résves Campo de Ourique” foi publicada uma crónica respeitante ao violentíssimo terramoto que sacudiu Lisboa (e outras latitudes) quando se celebrava ‘O Dia de Todos os Santos’ no Primeiro de Novembro de 1755, que nesta data voltamos a inserir.