Um dos três reféns que o movimento islamita palestiniano libertou no sábado, no âmbito do cessar-fogo em vigor na Faixa de Gaza, tem ligações a Portugal.
Entre os reféns está Or Levy, 34 anos, um cidadão com ligações a Portugal que foi raptado no festival de música Nova durante o ataque sem precedentes do Hamas em território israelita, a 07 de outubro de 2023.
Segundo informação da embaixada israelita em Lisboa, a mulher de Or, Eynav, “foi assassinada” no ataque.
“O seu filho de 02 anos, Almog, está à espera do regresso do pai”, escreveu a embaixada na rede social X, em junho do ano passado.
O irmão do refém, Michael, “veio a Portugal três vezes em delegações de famílias de reféns para contar a história de Or e pedir que se faça tudo para trazer o seu irmão de volta”, descreveu ainda a embaixada.

Os outros dois reféns a libertar são o germano-israelita Ohad Ben Ami, de 56 anos, raptado com a mulher, Raz Ben Ami (já libertada), do ‘kibutz’ (comunidade) Beeri, e Eli Sharabi, de 53 anos, que perdeu os filhos e a mulher no ataque do Hamas ao mesmo ‘kibutz’.

Eli Sharabi, quase irreconhecível em comparação com a fotografia divulgada pelo Fórum das Famílias, perdeu as duas filhas, de 13 e 16 anos, e a mulher, Lianne, mortas no ataque do Hamas ao kibutz de Beeri, em 07 de outubro de 2023, e esteve sequestrado sem conhecimento do facto.
Segundo a Comunidade Judaica do Porto, Sharabi pediu nacionalidade portuguesa e foi certificado por esta comunidade por pertencer a uma família sefardita.
Libertados palestinianos condenados à morte e perpétua
Israel, por seu lado, vai libertar no sábado 183 prisioneiros palestinianos em troca dos três reféns israelitas, anunciou hoje uma organização não-governamental (ONG) em Ramallah, na Cisjordânia ocupada.
Segundo o Clube dos Prisioneiros Palestinianos, uma ONG responsável pela questão, o grupo a libertar integra “18 prisioneiros condenados à morte, 54 a longas penas e 111 detidos em Gaza depois de 07 de outubro [de 2023]”, declarou Amani Sarahneh, porta-voz da organização, citado pelas agências internacionais.
Esta troca de reféns israelitas por prisioneiros palestinianos será a quinta desde a entrada em vigor da trégua, a 19 de janeiro, após 15 meses de guerra.
Até à data, foram libertados 18 reféns e cerca de 600 prisioneiros palestinianos.
Quinze meses de guerra entre o Hamas e Israel na Faixa de Gaza provocaram mais de 47.000 mortos e um elevado nível de destruição de infraestruturas no território controlado pelo grupo extremista palestiniano desde 2007.
A ofensiva israelita foi desencadeada por um ataque do Hamas contra Israel, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e o rapto de 250 pessoas que foram levadas como reféns para a Faixa de Gaza.
Os combates cessaram em 19 de janeiro, no âmbito de um acordo de cessar-fogo negociado por vários mediadores (Estados Unidos, Qatar e Egito).
Com LUSA