Finalmente a justiça inglesa deu o aval ao fundador da WikiLeaks, Julian Assange, para casar-se na prisão com Stella Moris, que fez parte da sua equipa jurídica. O casal já tem dois filhos.
O anúncio foi feito através do Twitter pela noiva, enquanto se aguarda uma decisão do tribunal sobre uma possível extradição para os EUAAssange está preso no estabelecimento prisional de alta segurança de Belmarsh, em Londres, enquanto espera a decisão do Supremo Tribunal sobre um recurso dos EUA contra a decisão de um tribunal que impede a sua extradição.
A WikiLeaks já disse que o casal tinha dado entrada com uma ação judicial depois de terem sido “impedidos de se casar”.
“Boas notícias: o governo do Reino Unido recuou 24 horas antes do prazo”, escreveu Stella Moris no Twitter com uma foto dos dois atrás de um arco-íris. No texto do Twitter escreveu que ambos tem “agora permissão” para casar “na prisão de Belmarsh”. “Estou aliviada, mas ainda zangada, porque foi necessária uma ação judicial para acabar com a interferência ilegal no nosso direito básico de casamento.”
Um porta-voz do Serviço Prisional disse: “O requerimento do Sr. Assange foi recebido, considerado e processado pelo governador da prisão de forma normal, como para qualquer outro prisioneiro.”
Julien Assange, australiano, de 50 anos, está preso no Reino Unido desde 2019 por não ter pago a fiança, após passar sete anos fechado na embaixada do Equador em Londres para evitar ser extraditado para a Suécia, onde enfrentava acusações de agressão sexual que foram mais tarde descartadas.
Assange tem nos Estados Unidos 18 acusações relacionadas com a divulgação de 500 000 arquivos secretos pelo WikiLeaks em 2010, revelando pormenores de missões militares no Afeganistão e no Iraque. Pode enfrentar uma pena de prisão até 175 anos.
A juíza do tribunal distrital do Reino Unido, Vanessa Baraitser, decidiu em janeiro que seria “opressivo” extraditar Assange devido ao sério risco de suicídio e deterioração da sua saúde mental.