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Um tribunal britânico aprovou a extradição do fundador do WikiLeaks para que seja julgado

Julian Assange perto da extradição. EUA ganham recurso.

 |  Alexandra Ferreira  | 

Apesar de várias vozes de desaprovação por quem defende uma maior liberdade de imprensa, o governo dos EUA viu o seu recurso aprovado, esta sexta-feira, uma vitória no processo contra Julian Assange.

Contrariamente ao que se previa foi um tribunal britânico a aprovar a extradição do fundador do WikiLeaks para que seja julgado pela publicação de documentos secretos.

Stella Moris, atual companheira de Assange, de quem tem dois filhos, antes de sair a sentença, escreveu no Twitter: “Estou sentada no tribunal. A decisão será entregue em 10 minutos. Espero que a Suprema Corte acabe com essa extradição abusiva e vingativa hoje, para que nossos filhos possam passar o Natal com o pai”, escrevia esperançada num fim mais positivo para toda a família.
Certo é que em janeiro e, na primeira instância, os britânicos recusaram a extradição do australiano, de 50 anos, alegando o risco de suicídio, já que está como doente mental, se fosse levado para os Estados Unidos.
Porém, os advogados norte-americanos conseguiram dissuadir os juízes britânicos quando em audiência de dois dias, em outubro, os argumentaram que não tinha sido dado peso suficiente ao depoimento de um especialista sobre o estado mental de Assange assegurando ao tribunal britânico que o fundador do WikiLeaks receberia tratamento adequado na prisão norte americana.
Certo é que os EUA deram várias garantias de que Assange não enfrentaria as medidas mais rígidas antes de qualquer julgamento ou após a condenação. Esses argumentos pesaram para ganharem o recurso.
Mas nada está ainda perdido para Assange. A decisão de janeiro será anulada e a Justiça britânica terá de se pronunciar novamente. Quem perder terá a opção de recorrer ao Tribunal Supremo.
O conhecido jornalista britânico, Peter Hitchens, já disse publicamente que “o governo britânico não deve permitir a extradição de Julian Assange para os EUA. O caso é claramente político, e entregá-lo ao sistema penal dos EUA seria nos declarar um estado vassalo dos EUA, não uma nação soberana”.
Outro jornalista de investigação, Stefan Simanowitz referiu mesmo que “a acusação dos EUA representa uma grave ameaça à liberdade de imprensa. Se mantido, isso prejudicaria o papel-chave dos jornalistas e editores em escrutinar os governos e expor seus delitos deixaria os jornalistas em todos os lugares olhando por cima dos ombros. ”
A justiça norte-americana quer julgar o australiano por este ter divulgado, desde 2010, mais de 700.000 documentos confidenciais sobre atividades militares e diplomáticas dos EUA, principalmente no Iraque e no Afeganistão.
Julian Assange é acusado pela justiça dos EUA de 18 crimes, incluindo espionagem, arriscando até 175 anos de prisão caso seja considerado culpado.

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