O Tempo corre sem que o Homem tenha sobre ele algum poder; corre a seu prazer, indiferente a desejos ou interesses e, muito menos, a sonhos.
E de tal maneira, que para não se perder a memória do Tempo, teve o Homem de arranjar forma de o ordenar, para nele melhor se situar.
Assim vieram os minutos e os séculos, balizando o presente e o passado, contando histórias, dando tempo a cada vida, comandando a duração dos factos, localizando certezas ou alimentando dúvidas, de que o tempo é senhor absoluto.
O tempo que temos não é nosso, e, ou ajustamos nós o passo e o sonho, ou não chegará o tempo que nos foi dado, para todos os actos da vida.
Custa ao homem, muito senhor de si próprio, que seja assim, mas assim é de facto.
O ano passou, um mais, e ninguém conseguiu segurar o tempo, que eu saiba pelo menos, nem as mudanças que ele determinou, porque igual ao nosso não é o desejo do tempo.
“No meu tempo era assim “, bem o dizemos todos, sabendo bem, com raiva ou com irremediável aceitação, que o tempo não pára a mando de ninguém deste mundo.
Atrás de tempos, tempos vêm, dizia a minha avozinha, que naturalmente tinha sentido que o que era deixara de ser, por razão do dito tempo.
Na passagem de mais um marco na infinita rota do tempo, deixou-me o mesmo Tempo ter tempo para falar dele, o TEMPO, eterno relógio da vida.
E ainda tive tempo…vá lá!
O meu pensamento sobre o tema:
“Não há pressa que ameace o Tempo, nem Tempo que não se acabe…!”