No meu tempo quem chegava aos 60 anos era considerado já velho; daí por diante só passavam os eleitos, de boa cepa, e de reconhecida sorte.
Hoje aos 70 ainda não se é velho e, segundo consta, apto ainda para o trabalho. Saibam quantos me leem, que até concordo. Acho que o trabalho é saudável em qualquer idade, desde que se considere uma tarefa ajustada á capacidade de cada um no seu estágio da vida.
O que mais envelhece qualquer um de nós, é não ter a mente ocupada com algo de útil, é sentir que para nada afinal já serve; e é disso deve fugir, a passos largos.
A idade na verdade é aquela que a pessoa quer ter. Tudo começa por não a desejar disfarçar; cabelos brancos? Claro, são até toque de charme, e poderão ser sinal de prudência, e em quantos casos de conhecimento ou saudável tolerância.
Comece por eliminar o Senhor; você é o o Carlos, o Francisco ou o António, como sempre foi, e isso não lhe retira em nada o respeito de ninguém, acrescentando-lhe pelo contrário juventude. Contrariamente ao que dizem, não há cores para velhos; use a que mais lhe agradar, como o fazia antes, por berrante que pareça; e porque não?
Se for o mais velho lá do ginásio, e tiver uma “Personal trainer” 50 anos mais nova, não dê parte de fraco, que ela terá muito orgulho em ser a instrutora do teimoso do velhote, e dirá a toda a gente, que gente assim nunca viu…
No meu tempo era aos 60, mas hoje velhos não há; há que aceitar certamente, que se não vê como via, nem se corre como podia, mas há saber para deixar; e se a memória próxima às vezes nos atraiçoa, bem firme sempre estará a a memória do passado, que tem tanto para dizer…
E este é o meu pensamento da semana:
O tempo que passa não é importante; importante é o que se passa nesse tempo!