Vai-se perdendo o estigma que foi, durante anos, o acto legítimo de procurar vida fora da nossa terra.
Os primeiros emigrantes Lusos terão sido, quiçá, os marinheiros das caravelas de Quinhentos, que se apaixonaram pelas terras que foram conhecendo, e não voltaram mais; depois, já no século XX, os muitos que não encontraram na sua terra, para além do amor que sabiam que lhe tinham, o espaço onde coubesse a sua legítima ambição de iniciar e fazer uma vida compensadora, e realizar o sonho dar estudos e e futuro aos seus filhos; outras razões havia, também válidas, mas essas que apontámos, eram na verdade as principais.
Esses pioneiros do princípio do século anterior, passavam a fronteira “a salto”, sem permissão, e tiverem à sua frente uma tarefa hercúlea, que, mesmo assim, quase todos, venceram. Partiam já com saudades, e assim que pediam, logo Vinham em romagem à sua “santa Terrinha” para matá-las, mas não ficavam: e embora fosse firme o propósito voltar um dia para a casa que lá entretanto construíram, poucos na verdade o fizeram, não por apego à nova terra, mas pela presença de filhos e netos lá fora nascidos, que eram a nova saudade adquirida.
eNo século XXI uma inesperada leva de gente diplomada, bem preparada, volta a partir, já com menos saudades, e na justa busca dum pagamento compensador para a sua formação, que lhes permita ter filhos e conhecer Mundo, com menos preocupação, fazendo uso da língua que já falam, e que até manejam com à vontade e mesmo com requintes de pronúncia.
Ao que diz, nesse novo Mundo que procuram, são desejados pelo seu saber, e tal como os do século anterior, por serem gente pacata, cordata, inventiva e trabalhadora. Curiosamente estes novos emigrantes normalmente voltam, e com uma útil experiência adquirida, que nos é seguramente bem útil e precisa.
Ao contrário do que as vezes ouço dizer, acho que a emigração é uma excelente Escola, onde se adquire uma inegável largueza de vistas, e se comparam conceitos e soluções.
E se Eles não voltarem fazem falta? Fazem sim, mas só deixarão de ir quando as condições na sua Terra oferecidas, tiverem a atração e o valor que lá fora lhes são atribuidas; tenho disso pouca dúvida.
Acresce ainda, que as novas tecnologias amaciaram a tão falada saudade, que tão nossa era , permitindo a qualquer um estar presente em voz e imagem, a qualquer momento e de qualquer ponto do Mundo.
Por enquanto, a terra em que nascemos, ainda é a nossa terra; mas será assim no futuro próximo?
Aqui fica o meu pensamento sobre o assunto:
“Emigrar é crescer… para quem o saiba
aproveitar!”