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“É urgente que isto seja crime público”, diz a bastonária dos enfermeiros.

Grupo de ciganos agridem em hospital de Famalicão

 |  Alexandra Ferreira  |  ,

Enfermeiros e segurança feridos pelas  “agressões” de 15 a 20 ciganos de madrugada no SU do Hospital de Famalicão. PSP não chegou a tempo de identificá-los ou detê-los.

A situação envolveu “grupo de 15 a 20 cidadãos” de etnia cigana.

 

A Direção Nacional da Polícia de Segurança Pública (PSP) disse em comunicado sobre as agressões, que “resultaram ferimentos num enfermeiro e num funcionário de uma empresa de segurança privada, que prestam serviço no hospital, bem como danos na porta de acesso ao respetivo serviço de urgência”.

Agora, a PSP tem em curso diligências para obter indícios que “permitam identificar os autores das agressões e dos danos referidos, de forma a que sejam criminalmente responsabilizados”.

A nota termina com um apelo para que “todos os cidadãos respeitem o trabalho e a integridade física dos profissionais de saúde, bem como dos polícias e funcionários das empresas de segurança privada, que contribuem para o bem-estar e segurança da sociedade em que vivemos”.

“É urgente que isto seja crime público”, diz a bastonária dos enfermeiros.

Ana Rita Pedroso Cavaco comentou as agressões ocorridas na terça-feira de madrugada a funcionários do Hospital de Vila Nova de Famalicão. Nas redes sociais deixou os relatos de quem viveu a situação ‘in loco’.
“De manhã cedo vi todas as outras fotos que vocês não têm acesso. Vi um rosto desfigurado, coberto de sangue que podia ser o meu.”

“Chorei de impotência e revolta e acalmei-me o suficiente para poder falar com os dois Enfermeiros brutalmente agredidos às 3.30h da manhã, no SU do Hospital de Famalicão”, escreveu a bastonária dos enfermeiros.

Sem papas na língua Ana Rita deu nome ao grupo que atacou os seus colegas, algo que a imprensa não tem feito para evitar discursos de ódio: “Dez pessoas de etnia cigana invadiram o SU sem nenhuma troca de palavras ou algum mau gesto de quem quer que fosse, ainda que se acontecesse não seria justificação para este ataque brutal, espancaram o segurança”.

“Cinco pessoas esbofetearam repetidamente uma Enfermeira de 62 anos.”
“Oito pessoas pontapearam repetidamente o corpo e a cabeça deste Enfermeiro (o da foto). Ele podia ter morrido.”
“Os dois já têm idade para dispensa de trabalho noturno, de acordo com a Lei, mas não se importam de vestir a camisola porque não há Enfermeiros suficientes.”
“Até 2009, nenhum dos dois estaria a trabalhar, a reforma era aos 57 anos de idade, foi-nos tirado. Não somos profissão de risco, foi-nos tirado.”
“Não existe polícia na maioria dos SU do País, foi-nos retirado no governo Sócrates. Os poucos que têm são pagos pelos hospitais, como se o MAI também não tivesse obrigação de nos proteger.”
“É urgente que isto seja crime público como a violência doméstica e é urgente a alteração das penas.”
Ana Rita fala do estado emocional dos profissionais de saúde: “A Enfermeira explicou-me a revolta e a angústia de quem os cuida com tanto respeito e carinho para não serem mais ostracizados ainda e ainda por cima acontece isto. Volto a repetir o que não me sai da cabeça, podia ser eu. Saí tão angustiada de casa que me esqueci de metade das coisas.”
A bastonária dos enfermeiros revela entre linhas que o problema da segurança está por todos os hospitais: “Durante o dia visitei o SU do Hospital Amadora Sintra, o mesmo cenário de manhã com a intervenção do corpo especial da polícia. Mais uma vez, podia ser eu.”

O hospital defende os seus profissionais e conta o que se passou

O comunicado do Centro Hospitalar do Médio Ave (CHMA) refere que o episódio foi registado pelas 03h30, quando o grupo entrou “de forma agressiva” no Serviço de Urgência, acompanhando uma mulher.

“Quando solicitados a acalmarem-se pelo elemento de segurança, agrediram-no com violência, forçaram a entrada no serviço e, quando de novo lhes foi pedida calma, agrediram os profissionais de saúde que se aproximaram, tendo provocado ferimentos com alguma gravidade em dois profissionais”, acrescenta.

O CHMA condena “veementemente” o comportamento dos agressores.

“Para além dos danos materiais que causaram, são intoleráveis as ações violentas contra vários profissionais que educadamente procuraram assegurar a ordem necessária para prestarem cuidados de saúde”, sublinha.

E manifesta-se também solidário com os seus profissionais, “a quem está a ser prestado todo o apoio, e está a promover todas as diligências necessárias para agir judicialmente” contra os agressores.

 

Créditos Imagem:

@reprodução Redes Sociais Ana Rita Cavaco

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