“Esta não será a última vez que um vírus ameaçará as nossas vidas e os meios de subsistência”, defendeu Sarah Gilbert, (uma das cientistas que criou a vacina da Oxford/AstraZeneca), na conferência Richard Dimbleby, registada em Oxford e transmitida hoje pela BBC.
“A verdade é que a próxima [pandemia] será pior, pode ser mais contagiosa ou mais letal, ou ambas as coisas”, reafirmou a cientista da Universidade de Oxford que continua a insistir no conhecimento adquirido na atual crise do covid-19 para ser usado na preparação de uma eventual futura crise.
Na entrevista dada à BBC, Sara Gilbert também falou sobre esta nova variante, a Ómicron, revelando que com as suas mutações, o vírus parece transmitir-se mais facilmente. A cientista confessa que as vacinas possam ser menos eficazes na prevenção da infeção, mas insiste que não significa que sejam menos eficazes a reduzir doenças graves ou morte. “Até se saber mais, temos de ser cautelosos e tomar medidas para desacelerar a disseminação da nova variante”, rematou.
Na verdade, um cientista inglês veio a público dizer que a variante Ómicron se tornará dominante no Reino Unido. Paul Hunter, especialista em doenças infeciosas na escola de medicina da Universidade de East Anglia, disse que ainda é “incerto” a forma como a Ómicron vai espalhar-se no Reino Unido, mas os primeiros sinais indicam que, “provavelmente, vai superar a variante Delta e irá tornar-se na variante dominante nas próximas semanas” ou dentro de um mês.
Tudo indica pois que esta entrevista a Sara Gilbert passe também por uma estratégia devido às novas restrições impostas pelo governo inglês para baixar a propagação do covid-19.
Em Inglaterra existe agora obrigação de usar máscara nos transportes públicos ou nas lojas, enquanto todos os viajantes que entram no país, tanto os vacinados como os que não estão, devem fazer um teste de PCR ao segundo dia. A partir de amanhã, terão também de apresentar um teste de antígeno ou PCR feito 48 horas antes para quem embarcar para o Reino Unido.