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A mãe do novo rei, Margarida II, abdicou do trono após 52 anos de reinado por razões de saúde

Frederico X: ao leme da Dinamarca. “Espero ser um rei unificador”

 |  Alexandra Ferreira  | 

Após Margarida II abdicar do trono, o filho Frederico X é o novo rei da Dinamarca. A proclamação do príncipe como o novo rei da Dinamarca foi este domingo, dia 14 de Janeiro.

É caso para dizer que o povo saiu à rua como já não acontecia há muito tempo. Numa decisão sem precedentes – a primeira em 900 anos de história da realeza dinamarquesa – a monarca Margarida II decidiu abdicar do trono de 52 anos de reinado, passando o lugar para o filho mais velho, o príncipe Frederico e a nora, a princesa Mary.
A cerimónia atraiu mais de 100 mil pessoas e Frederico X repetiu ser “um rei unificador”.

O último passeio de carruagem por Copenhaga como rainha e perante dezenas de milhares de pessoas que agitavam bandeiras dinamarquesas, a rainha Margarida II chegou ao Palácio de Christiansborg.

As imagens transmitidas pela televisão, pouco depois deste momento solene, mostraram a rainha muito emocionada, vestida com um fato rosa escuro, a assinar o documento antes de se levantar e indicar a Frederico, à sua direita, que se sentasse à cabeceira da mesa.

O seu carro deixou o palácio sob os aplausos das pessoas, muitos delas com coroas de papel ou de plástico na cabeça.

“A minha mãe foi, como poucos, uma pessoa com o seu reino. Espero ser um rei unificador”, afirmou o novo rei num breve discurso perante milhares de dinamarqueses, acompanhado pela sua esposa, a rainha Mary, e pelos seus quatro filhos, liderados pelo novo príncipe herdeiro Christian.

A subida ao trono de Frederico X tinha sido efetivada minutos antes num Conselho de Estado, quando Margarida II assinou a declaração de abdicação, aos 83 anos, invocando problemas de saúde e a necessidade de dar lugar à geração seguinte.

Mary Donaldson, advogada de origem australiana que Frederico conheceu nos Jogos Olímpicos de Sidney, é a primeira rainha do país a não ter sangue azul.

Alguns em trajes de esqui, outros embrulhados em bandeiras dinamarquesas, cerca de 100.000 pessoas viajaram de todo o país para vislumbrar a família real, algumas chegando com mais de cinco horas de antecedência.

Os hotéis de Copenhaga estavam cheios, sendo quase impossível chegar a Copenhaga de transportes públicos durante o fim de semana.

O protocolo reflete amplamente a tradição de sucessão da Dinamarca. Não são convidados dignitários estrangeiros e o soberano, que não usa coroa, não se senta literalmente num trono.

Há 52 anos, a 14 de janeiro de 1972, Margarida II tornou-se rainha no momento da morte do seu pai, Frederico IX, e abdicou no exato aniversário da sua ascensão.

Se o anúncio da sua reforma durante a tradicional saudação televisiva de 31 de dezembro foi uma surpresa – a sua própria família só tinha sido informada três dias antes – foi rapidamente aceite. A rainha foi submetida a uma grande cirurgia às costas em 2023.

Mais de 80% apoiam a sua decisão e a soberana manterá o seu título e poderá continuar a representar a casa real em cerimónias oficiais.

Frederico X, príncipe herdeiro desde os três anos, goza da sua própria popularidade e vai impor o seu estilo à monarquia dinamarquesa, que remonta aos reis vikings do século X, segundo os especialistas.

  • Por LUSA

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